sábado, 17 de outubro de 2009

Trabalho x Filhos




Dúvidas de uma dona de casa!!!

Sempre me pergunto!Qual seria a minha função nessa vida? Será que encarnei para ser mãe, dona de casa, esposa? E se fosse? Qual seria o problema nisso?
Tudo começou quando me casei, trabalhava em um banco e fiquei nesse emprego por nove anos, até que nasceu minha primeira filha. Devido a forças das circunstâncias, na época, fui morar longe do meu trabalho e preocupada com a hipótese de ter de deixar minha filha na creche e ir trabalhar em outra cidade, optei por sair do emprego. Nesse período, meu marido ganhava o suficiente para nós três. Foi muito bom, pois pude acompanhar todo o desenvolvimento da minha menina, sempre fui muito independente no trato com as crianças, cuidei do umbigo, fraldas, doenças e da casa, enfim tudo que uma dona de casa precisa fazer.
Mas logo vieram as primeiras críticas: você não acha que vai sentir falta do seu emprego?
Você só quer ser dona de casa? Você não faz nada?!!. Até a mídia parece ter um pouco de preconceito ao mostrar por exemplo, nas novelas, a mulher que não trabalha fora como uma “dondoca”. Parece que a mulher de valor é somente aquela que tem jornada dupla, trabalha fora e em casa.
A pior de todas é quando lhe perguntam: Qual a sua profissão? Envergonhada, respondo:
Do Lar. Nossa, Triste........
Mas será que realmente temos que nos sentir tão envergonhadas por essa opção?
Analisando!!!
Dedicar-se exclusivamente a cuidar do lar é, antes de tudo, optar por abrir mão de muitos de seus planos, sonhos, realizações, para enfrentar uma jornada que não termina apenas com oito horas de trabalho, que não tem remuneração e, como digo acima, tem muito pouco reconhecimento. Porém, como tudo na vida têm dois lados, existe uma recompensa acalentadora.
Hoje tenho 3 filhas, por isso fui adiando a minha volta ao mercado de trabalho, optei por dar as outras duas o mesmo tratamento e cuidado que tive com a primeira. Posso dizer que conheço minhas filhas, sei quando existe algum problema, estive por perto quando começaram as primeiras brigas entre elas e com isso pude corrigir e aproximar uma da outra. Tive tempo para estudar soluções para as diversas crises surgidas entre elas e na cabeça de cada uma, tive a oportunidade de conhecer seus amigos, de ajudar em suas indecisões, de ser amiga e mãe, quando necessário.
Meu marido podia trabalhar tranqüilo, pois sabia que eu estava em casa! Que eu cuidava das meninas. Quando adoeciam eu estava lá, dedicada e atenta, ajudava nos diversos trabalhos escolares e também nos problemas que surgem na escola, procurava interagir com seus amigos, deixando que os trouxessem para nossa casa.
Mas e eu?
Como me sinto em relação a minha vida?
Fico procurando algo que realmente me preencha o tempo, sou hiperativa, além de cuidar da casa, faço artesanato, cuido do meu jardim, escrevo em blogs, leio, ajudo minhas filhas com a banda de rock que elas fazem parte, aliás, eles ensaiam em minha casa. Tento ajudar minha filha mais velha, a encontrar seu caminho e também, meu marido a segurar as barras financeiras que todos nós passamos nessa vida.
Aí sem querer volto ao meu passado. Quando ainda era bem pequenina, lembro-me que ficava imaginado ser uma dona de casa, administrar meu lar, cuidar de meus filhos que na época eram apenas bonecas. Acho que no fundo da minha alma, já sabia que essa seria a minha missão nessa vida.
Por isso lhe digo, se por algum motivo já teve as mesmas dúvidas não se culpe, cada um tem o seu caminho, suas próprias escolhas. O importante é não julgar, não se achar melhor nem pior, pois embora possa parecer fácil a escolha do outro, só ele é quem sabe o quanto isso lhe custa.
E assim, vamos descobrindo nosso caminho.



PENSAR PARA ENTENDER

Em matéria de trabalho, aceitemos o lugar de serviço que o Senhor nos conedeu, no campo terrestre, evitando a perda de tempo com queixas denescessárias.
Muitas vezes, é preciso raciocinar com calma, a fim de compreendermos com segurança.
                                Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

2 comentários:

Anônimo disse...

Me identifiquei totalmente com seu depoimento...acho que tb no fundo sempre pensei em "ser mãe" quando crescesse...embora tenha estudado, ser pós-graduada, não me encontrei com meu eu maior, apenas quando tive minha filha e passei a administrar o lar. A cobrança da sociedade é enorme, se em algum momento a gente fica com o astral um pouco mais baixo, as pessoas imediatamente acham que é porque não trabalhamos fora, que precisamos arrumar um emprego. Eu me sinto feliz assim e não tenho vergonha. Estou para ter bebê e se Deus quiser, vou tb cuidar dela como cuido da primeira filha, acompanhar o crescimento das duas e, principalmente, como vc relatou, conhece-las até pelo tom de voz, mostrar a elas que podem confiar em mim, etc. Cada um tem uma escolha na vida e não julguemos aqueles que passam por situações pelas quais a gente nunca passou. Abraços!

Espiritualidade disse...

Obrigada pelo seu comentário. O importante é sabermos o que queremos, existem vários tipos de felicidade e o nosso caminho, somos nós que escolhemos.
Felicidades para você e sua linda família e que você tenha uma “boa hora”.