domingo, 30 de janeiro de 2011

Cremação - Aspectos Legais e Espíritas


 

 

A questão que envolve a cremação tem implicações sociológicas, jurídicas, éticas e religiosas. Por isso, diz respeito a todas as pessoas (mesmo àquelas que não pensaram no assunto, isso por que, por força de Leis Naturais, não revogáveis pelos homens, todos nós, inexoravelmente, morreremos ou desencarnaremos, um dia)


CREMAÇÃO, INUMAÇÃO E EXUMAÇÃO

Cremação, que vem de cremare , significando incinerar ou queimar, é um método muito antigo e asséptico, usado pelos orientais, para transformar em cinza ou pó os restos mortais, o corpo físico inerte, o cadáver da pessoa. Em razão disso, os próprios órgãos públicos – mesmo não orientais – usam legalmente da cremação, nos casos de mortes coletivas – de pessoas ou animais – por epidemias virulentas, para evitar o perigo de expansão das doenças infecciosas. (Ao que mostra a ciência, comumente, algumas horas depois da morte, vermes de várias espécies destroem e consomem as partes moles do corpo - vísceras, primeiramente, e, em seguida, músculos e cartilagens, sobrando apenas os ossos, após algum tempo -, a não ser em casos excepcionais, quando, por exemplo, o corpo se mumifica, por motivo de temperatura muito baixa – congelamento – ou por força de produtos químicos, etc.)

Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro, pois o verbo inumar quer dizer sepultar ou enterrar; é isso que, com maior freqüência, acontece no Ocidente e, particularmente, no Brasil – por sua vastidão de terras, pelo seu imenso espaço físico.

Exumar, que é um verbo composto por ex + humus (terra), do latim, e significa desenterrar ou retirar de dentro da terra.

Errônea Idéia de um Céu Físico

Como pesquisador iluminado e pedagogo extremamente objetivo em sua didática, Kardec (“O Céu e o Inferno”, p. 28-32), com base na ciência, chama-nos a atenção, mostrando que “a Terra não é mais o eixo do Universo, porém uns dos menores astros que rolam na imensidão”. Assim, destrói a errônea idéia de um céu físico e estático, à espera dos “eleitos”, que sempre foi ensinado pela igreja; e, no que tange a essas questões de magna importância para dissipar as nuvens dos seres humanos, Kardec prova que “o Espiritismo vem resolvê-las, demonstrando o verdadeiro destino do homem”, sintetizando: “O homem compõe-se de corpo e Espírito: o Espírito é o ser principal, racional, inteligente; o corpo é o invólucro material que reveste o Espírito temporariamente, para preenchimento de sua missão na Terra e execução do trabalho necessário ao seu adiantamento. O corpo, usado, destrói-se e o Espírito sobrevive à sua destruição. (...) A felicidade dos Espíritos é inerente às suas qualidades e o seu progresso é fruto do próprio trabalho. (...) São eles, pois, os próprios autores da sua situação, feliz ou desgraçada, conforme esta frase do Cristo: - ‘A cada um segundo as suas obras.’ (...) O progresso intelectual e o progresso moral raramente marcham juntos, e a encarnação é necessária ao duplo progresso do Espírito, pois uma só existência corporal é manifestamente insuficiente para ele adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra”.

Léon Denis analisa o temor da morte


O filósofo Léon Denis, seguidor da obra de Allan Kardec, e resumindo as observações do codificador do Espiritismo (especialmente, no que este escreveu em seu clássico “O Céu e o Inferno”), fala do temor que as pessoas têm da morte, observando o seguinte: “Muitas vezes, a imaginação do homem povoa as regiões do além de criações assustadoras, que se tornam aterrorizantes para ele. Certas religiões também ensinam que as condições boas ou más da vida futura são determinadas, na hora da morte, de uma maneira definitiva, irrevogável, e essa afirmação perturba a existência de muitos crentes. Outros temem a solidão, o abandono no seio dos espaços”, acrescentando, por fim: “A Revelação dos espíritos vem pôr termo a todas essas apreensões; ela nos traz sobre a vida de além-túmulo indicações exatas, claras; dissipa a incerteza cruel e o temor do desconhecido que nos atormentam” (“O Problema do Ser”, Petit Editora, SP, 2000, p. 116).

Resposta dos Espíritos à Pergunta de Kardec

Em “O Livro dos Espíritos”, no Livro Quarto, inciso V, ao tratar das esperanças e consolações, Kardec pergunta sobre a preocupação com a morte pelas pessoas, quando elas têm o futuro pela frente, e os Espíritos respondem: “Mas que queres? Procuram persuadi-las, desde cedo, de que há um inferno e um paraíso, sendo mais certo que elas vão para o inferno, pois lhes ensinam que aquilo que pertence à própria Natureza é um pecado mortal para a alma. Assim, quando se tornam grandes, se tiverem um pouco de raciocínio, não podem admitir isso e se tornam ateus ou materialistas. (...) Quanto aos que persistiram na crença da infância, temem o fogo eterno que deve queimá-los sem os destruir. A morte não inspira nenhum temor ao justo, porque a fé lhe dá certeza no futuro, a esperança lhe acena com uma vida melhor e a caridade, cuja lei praticou, lhe dá segurança de que não encontrará, no mundo em que vai entrar, nenhum ser cujo olhar ele deva temer”.

 A Morte Mais Temível
No livro “Palavras de Emmanuel” (3ª edição, FEB, RJ, 1972, p. 111), psicografado por Francisco Cândido Xavier, aquele Espírito nos fala o seguinte: “Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte – a da consciência denegrida no mal, torturada no remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime”.

MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO

No livro “Doação de Órgãos e Transplantes”, do advogado Wlademir Lisso, edição da FEESP, o autor, citando o livro da Dra. Daisy Gogliano (“Pacientes Terminais – Morte Encefálica”), escreveu o seguinte: “Na morte encefálica ocorre uma alta pressão e, por isso, o sangue deixa de circular no cérebro e os neurônios ficam inchados e se rompem, e, não havendo qualquer transmissão de impulso entre os neurônios, as células param de funcionar, a parada é irreversível e, em mais ou menos 48 horas, todos os demais órgãos deixam de funcionar, a não ser que sejam mantidos com aparelhos. Portanto, deve-se deixar claro que, mesmo que uma pessoa tenha os batimentos cardíacos, ou seus pulmões ou rins funcionando, no estágio atual da medicina, não poderá se recuperar, se já tiver ocorrido a morte encefálica”.
E, analisando a morte e a desencarnação, e informando que Kardec, usando de bom senso, não adentra o terreno restrito à Ciência e deixa em aberto as interpretações que a evolução dos conceitos científicos permitem. O autor Wlademir Lisso observa: “Não nos parece constituir campo do Espiritismo a definição de morte sob o ponto de vista biológico, mas se ater às conclusões da Ciência, por se tratar de seu campo específico de atuação. Ao Espiritismo cabe, sim, analisar um fenômeno ligado à morte, mas que não ocorre necessariamente no mesmo momento, que é a desencarnação, já que esta se processa na dimensão espiritual inacessível à Ciência positiva”.

Causa da Morte


Uma busca na obra fundamental e básica de Allan Kardec (“O Livro dos Espíritos”, tradução de J. Herculano Pires, Edições FEESP, SP), nas questões 68 e 68-a, verificamos a causa da morte. Pergunta o autor aos Espíritos: “Qual é a causa da morte, nos seres orgânicos?”. A resposta é sintética: “A exaustão dos órgãos”. – “Pode-se comparar a morte à cessação do movimento numa máquina desarranjada?” Resposta: “Sim, pois se a máquina estiver mal montada, a sua mola se quebra; se o corpo estiver doente, a vida se esvai”. Vejamos, a seguir, algumas indagações de Kardec aos Espíritos, na obra acima citada, e as respectivas respostas:

Questão 154: - “A separação da alma e do corpo é dolorosa?”
Resposta: - “Não; o corpo, freqüentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nem sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento de morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio”.
Questão 155: - “Como se opera a separação da alma e do corpo?”
Resposta: - “Desligando-se os liames que a retinham, ela se desprende”.



Questão 155-a: - “A separação se verifica instantaneamente, numa transição brusca? Há uma linha divisória bem marcada entre a vida e a morte?”
Resposta: - “Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que fosse libertado. Os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos seus liames; estes se soltam e não se rompem”.
Desprendimento do Espírito

O mesmo Kardec, discorrendo sobre a resposta dos Espíritos, quanto ao desligamento da alma e do corpo, por ocasião da morte, na questão 155-a, esclarece: “durante a vida, o espírito está ligado pelo seu envoltório material ou perispírito; a morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório, que se separa do corpo quando cessa a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte, o desprendimento do espírito não se completa subitamente; ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Para uns, é bastante rápido e pode dizer-se que o momento da morte é também o da libertação, que se verifica logo após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado, e dura às vezes alguns dias, semanas e até mesmo meses, o que não implica a existência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno à vida, mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito” (...) É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver identificado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado, a atividade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida corpórea, e quando a morte chega é quase instantânea. “Este é o resultado dos estudos efetuados sobre os indivíduos observados no momento da morte”.

Perturbação Espírita

Analisando a perturbação espírita no momento da morte, Kardec, na questão 164 de “O Livro dos Espíritos”, faz a seguinte indagação: - “Todos os Espíritos experimentam, num mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?” E a resposta dos amigos espirituais é a seguinte: “Não, pois isso depende da sua elevação. Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea, enquanto que o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por muito mais tempo a impressão da matéria”.
Nesse instante, o próprio filósofo-pedagogo Allan Kardec procura detalhar um pouco mais a resposta dos Espíritos, explicando assim: “A duração da perturbação de após morte é muito variável: pode ser de algumas horas, como de muitos meses e mesmo de muitos anos. Aqueles em que é menos longa são os que se identificam durante a vida com seu estado futuro, porque então compreendem imediatamente a sua posição. (...) Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente que não morreu. Não obstante, vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não compreende que esteja separado. Procura as pessoas de sua afeição, e não entende porque não o ouvem. (...) Esse fenômeno é facilmente explicável: surpreendido pela morte imprevista, o espírito fica aturdido com a brusca mudança que nele se opera. Para ele, a morte é ainda sinônimo de destruição, de aniquilamento; ora, ..., como ainda vê e escuta, não se considera morto. E o que aumenta a sua ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao que deixou na Terra, cuja natureza etérea ainda não teve tempo de verificar. (...) Vê-se então o espetáculo singular de um Espírito que assiste aos próprios funerais como os de um estranho, deles falando como uma coisa que não lhe dissesse respeito, até o momento de compreender a verdade”.

VISÃO ESPÍRITA DA CREMAÇÃO POR EMMANUEL

Emmanuel, no livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier (Editora FEB, 11ª Ed., 1985), na página 95, quando lhe perguntam se o Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos, a resposta é a seguinte: “Na cremação, faz-se mister exercer a caridade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o ‘tônus vital’, nas primeiras horas seqüentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material”.
E, no que tange à pergunta feita ao Espírito Emmanuel sobre “se é possível que os espiritistas venham a sofrer perturbações depois da morte”, a resposta é esta: - “A morte não apresenta perturbações à consciência reta e ao coração amante da verdade e do amor dos que vivem na Terra tão somente para o cultivo da prática do bem, nas suas variadas formas e dentro das mais diversas crenças”. Mas – ensina Emmanuel – precisamos estar preparados “nos conhecimentos e nas obras do bem, dentro das experiências do mundo para a vida futura, quando a noite do túmulo houver descerrado aos olhos espirituais a visão da verdade, em marcha para as realizações da vida imortal”.

Informação de Léon Denis sobre a Cremação
Em nota de rodapé, na página 116 da obra do filósofo Léon Denis (“O Problema do Ser”, Petit Editora, SP, 2000), encontramos a seguinte informação: “Pergunta-se muitas vezes se a cremação é preferível à inumação sob o ponto de vista da separação do Espírito. Os invisíveis, consultados, respondem que, em tese geral, a cremação provoca desprendimento mais rápido, mais brusco e mais violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seu hábitos gostos e paixões. É necessário certo arrebatamento psíquico, certo desapego antecipado dos laços materiais, para sofrer sem dilaceração a operação crematória. Em nossos países do Ocidente, em que o homem psíquico está pouco desenvolvido, pouco preparado para a morte, a inumação deve ser preferida, posto que por vezes dê origem a erros deploráveis – por exemplo, o enterramento de pessoas em estado de letargia. Deve ser preferida, porque permite aos indivíduos apegados à matéria que o Espírito lhes saia lenta e gradualmente do corpo; mas, precisa ser rodeada de grandes precauções. As inumações são, entre nós feitas com muita precipitação”.
(Grifei a palavra letargia, para lembrar que, conforme o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Editora Nova Fronteira, RJ, tal significa “um estado patológico caracterizado por um sono profundo e contínuo no qual as funções da vida estão de tal modo atenuadas que parecem suspensas”)

A ESPERA PARA A CREMAÇÃO

Francisco Cândido Xavier, ao ser indagado no programa “Pinga Fogo”, da extinta TV Tupy, de São Paulo, pelo jornalista Almir Guimarães, quanto à cremação de corpos que seria implantada no Brasil, respondeu: “Já ouvimos Emmanuel a esse respeito, e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio”.
No Livro “Curso Preparatório de Espiritismo”, da Federação Espírita do Estado de São Paulo, no capítulo 18, há a citação da obra de Emmanuel “Dos Hippies aos Problemas do Mundo”, psicografado por Chico Xavier, quando aquele Espírito de escol recomenda “o aguardo de 72 horas entre o desenlace e a cremação propriamente dita”. No mesmo livro da FEESP, encontramos que o pesquisador Richard Simonetti, em seu trabalho “Quem tem Medo da Morte” (Gráfica S. João, Bauru, SP), registra que “nos fornos crematórios de São Paulo, espera-se o prazo legal de 24 horas, inobstante o regulamento permitir que o cadáver permaneça na câmara frigorífica pelo tempo que a família desejar”, observando que os “Espíritas costumam pedir três dias”, mas “há quem peça sete”.
Deve-se observar, a propósito, que em São Paulo, de acordo com o Provimento nº 13/80 de 21 de maio de 1980, da Corregedoria- Geral da Justiça do Estado, quando se tratar de cremação no caso de morte violenta, o pedido deverá ser feito ao Juiz Corregedor da Polícia Judiciária. É o que registra o parágrafo 1º do artigo 1º desse Provimento: “O pedido será formulado, nos casos de urgência, perante a autoridade policial, que, após opinar a conveniência ou não da liberação do corpo, remeterá, imediatamente, os autos a Juízo” ( porque, como regra, há inquérito policial sobre o fato).

CREMAÇÃO E ESPAÇO PARA INUMAÇÃO

Em seu livro “O Problema do Ser” (páginas 115 / 116), do filósofo Léon Denis, no que tange ao enterro dos mortos, encontramos estas observações: “O aparato com que os sepultamentos são feitos deixa outra impressão não menos penosa na memória dos assistentes. O pensamento de que o nosso invólucro será também, por sua vez, depositado na terra provoca como que uma sensação de angústia e asfixia. Entretanto, todos os corpos que animamos no passado repousam igualmente no solo ou vão sendo lentamente transformados em plantas e flores; esses corpos foram roupas que usamos; nossa personalidade não foi enterrada com eles; pouco importa hoje no que eles se transformaram. Por que temos, então, de nos preocupar mais com o destino daquele de que dispomos hoje do que com os outros? Sócrates respondia com justeza aos seus amigos que lhe perguntavam como ele queria ser enterrado: ‘ Enterrai-me como quiserdes, se puderdes apoderar-vos de mim’”. (Observa, aqui, um amigo - Mamede Cyrino Filho, estudioso do Espiritismo -, mostrando que, na expressão “se puderdes apoderar-vos de mim”, Sócrates queria dizer “se puderdes apoderar-vos do meu Espírito, não do meu corpo”, porque este é transitório.)

Falta de Espaço

No livro “Curso Preparatório de Espiritismo”, de vários autores (Clóvis Nunes Hegedus, Dora Conti Rodrigues, Durval Ciamponi, José de Souza e Almeida, Julia Nezu Oliveira, Levy Paranhos Leite, Lúcia Vivelz de Andrade e Teodoro Lausi Sacco, Edições FEESP, SP, 1998, p. 78 / 80), encontramos um resumo da matéria relacionada à cremação, nos seguintes termos: “No mundo ocidental, a cremação é ainda uma exceção, sendo que a inumação (enterrar o cadáver) é a regra. Mas não é o que ocorre nos países orientais, onde a cremação é prática normal. Deve-se recordar que a metade da população reencarnada habita entre esses povos. Através da história, sabe-se que a cremação ocorria entre vários povos antigos, inclusive em algumas regiões da Grécia; anota-se, também, a ocorrência de tal prática entre algumas civilizações antigas, nas Américas, além de, desde muito tempo, ser prática consagrada no Oriente (Índia, Japão, etc.). Anote-se, ainda, que vários países do Ocidente adotam a cremação como uma opção, e que este procedimento se vem difundindo até em função da falta de espaço, nas grandes cidades, para um cemitério”.
A propósito, convém registrar que, na Inglaterra, somente próximo da 2ª Grande Guerra é que as autoridades locais, com difíceis problemas de espaço para as carências sociais dos cidadãos, concluíram que não era possível manter por mais tempo o sistema de enterro de corpos, que era dissipador da terra, e todo esforço deveria ser feito para encorajar o processo de cremação. O resultado pode ser visto pelo crescimento, não somente em relação ao número de crematórios (190, até os anos 70) e de cremações levadas a efeito, mas também na percentagem de cremações em relação ao total das mortes.

Os Riscos da Inumação

Além disso, há os riscos da inumação, pois, numa reportagem de 1º de dezembro de 1997, no jornal “Metrô News”, de São Paulo, do jornalista Volnei Valentim, sob o título de “Cemitérios Contaminam Água Potável”, há um alerta de dois professores (Lesiro Silva e Alberto Pacheco, respectivamente das Universidades São Judas e de São Paulo) sobre a disseminação do “necrochorume” (líquido formado a partir da decomposição dos corpos) na natureza, explicando a reportagem: “Além dos dejetos de cadáveres contaminarem quem mora perto dos cemitérios, laudos técnicos de órgãos oficiais demonstram que a incidência desse fenômeno pode ocorrer a grandes distâncias, principalmente quando a nascente de um córrego está localizada nas proximidades de um cemitério. Dessa forma, invariavelmente, as águas acabam chegando às torneiras e levando doenças como poliomielite, hepatite, gangrena gasosa, tuberculose, escarlatina e tantas outras”.
A matéria observa, ainda, que, “entre as manifestações mais graves no organismo humano, está a shiguela, uma forma de desinteria bacilar que, por meio do necrochorume, pode matar em 48 horas. Inclusive, em São Paulo – diz a reportagem – somente no ano passado (1996), em um único hospital, foram registrados três óbitos por esse tipo de agente”. E, finalizando a matéria, o jornalista traz as palavras do geólogo Leziro Silva (com 27 anos de pesquisa): “Sem sombra de dúvida, os cemitérios causam impacto ambiental considerável, como contaminação das águas por microorganismos que proliferam durante o processo de decomposição dos cadáveres, bem como os patogênicos causadores de óbitos”.

Fonte: Portal do Espírito

Autor : Bismael B. Moraes
Link: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/desencarne/aspectos-legais-da-cremacao.html

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Reencarnação - Justiça de Deus




No livro “Animais, nossos irmãos”, Eurípedes Kühl faz uma comparação interessante, ele diz que Kardec foi o mestre das obras para a construção de um alicerce, firme e completo, sobre e a partir do qual se ergue uma obra moral - o Espiritismo. Essa obra tem uma abrangência mundial e em todas as classes sociais. Comparando a um prédio, ela ocuparia a partir do o térreo, crescendo proporcionalmente na razão direta da evolução espiritual dos inquilinos.
Os cinco livros básicos do Espiritismo elaborados por Kardec, são os alicerces e a partir destes uma extensa literatura doutrinária surgiu para iluminar e esclarecer. Segundo o autor podemos considerar o exercício mediúnico como mão-de-obra nessa construção. O projetista dessa sublime edificação: Jesus.
Quanto mais essa obra cresce, ela aproxima seus inquilinos do céu e assim cada um vai subindo os andares superiores de acordo com o merecimento individual, sendo necessário um esforço para vencer nossos defeitos morais, como inveja, ódio, egoísmo, egocentrismos, luxuria e outros. Não é fácil superar todos esses problemas em apenas uma única vida, e a maioria quando chega ao final da vida, tem a verdadeira sensação de que não conseguiu realizar tudo que queria e podia, acaba deixando esse mundo com um sentimento de fracasso. Deus que é tão justo e bom pai nos deu a reencarnação e com ela temos sempre uma nova oportunidade.  
O livro o “ Último passageiro” Romance mediúnico de Zélia Carneiro Baruffi pelo espírito de Celmo Robel, nos fala que em vida e até depois dela, costumamos achar que  nossos sofrimentos são infindáveis e que nos é imposto muitas coisas as quais  não entendemos e por isso nos revoltamos, acabamos pensando que tudo é castigo de Deus devido aos nossos erros e desacertos. Mas devemos saber que Deus, nosso Pai amoroso, é bom e jamais nos castigaria. Não somos condenados pelos nossos erros, apenas sofremos a conseqüência de nossos atos inconseqüentes e a reencarnação é uma oportunidade de revê-los e corrigi-los em outra etapa da vida. É muito consolador saber que embora tenhamos tristezas e lágrimas, estes não são eternos e que por mais que tenhamos errado, teremos como ressarcir em uma nova encarnação, ou seja, outra oportunidade para evoluirmos. Aí está à justiça de Deus, dessa forma ficamos todos iguais e, para o resgate, os Espíritos procuram formar famílias espirituais no espaço. De acordo com nossas necessidades, renascemos juntos, constituímos famílias canais e através de um programa feito no mundo espiritual caminhamos para uma evolução conjunta. O que acontece é que quando chegamos ao planeta, esquecemos os compromissos assumidos e caímos novamente em erro, acarretando dessa forma, mais ônus. E Deus em sua  infinita bondade nos dá outra oportunidade através da reencarnação.A nossa evolução começa na família, onde temos chance de, exercitar a paciência com aqueles com quem convivemos, cada qual com uma personalidade diferente, oferecer o nosso amor incondicional, sem limites e, com eles, aprender a melhor forma de ser. Não esquecendo que só o amor constrói. Somente o amor liberta.
Enquanto não tomarmos consciência de nossos erros e, de fato, desejarmos o progresso espiritual, caminharemos por muito tempo ainda, pela estrada do sofrimento e das lágrimas! Claro que não é fácil, é necessário muita perseverança para vencermos nossos monstros internos, cultivar boas ações, amor ao próximo, esquecer-mos de nós em benefício do outro. E sempre que nos sentir-mos tentados a cometer erros, devemos pensar na máxima que Jesus nos ensinou: “Fazei ao outros o queres que façam a você”.
Ou seja, se cada vez que formos usar da maledicência, do egoísmo, da maldade para com alguém, lembremos das palavras de Jesus e façamos a pergunta: E se fosse comigo, eu gostaria? Pensem nisso!!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tragédias coletivas

Homenagem as vítimas da Tragédia de Santa Maria






Essas ocorrências, chamadas catastróficas, que ocorrem em grupos de pessoas, em família inteira, em toda uma cidade ou até em uma nação, não são determinismo de Deus, por ter infringido Suas Leis, o que tornaria assim, em fatalismo. Não. Na realidade são determinismos assumidos na espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnar, com o propósito de resgatar velhos débitos e conquistar uma maior ascensão espiritual. O Espírito André Luiz, no livro Ação e Reação, afirma esses fatos: “nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.São ações praticadas no pretérito longínquo, muito graves, e por várias encarnações vamos adiando a expiação necessária e imprescindível para retirada dessa carga do Espírito, com o fim de galgar vôos mais altos. Assim, chega o momento para muitos, por não haver mais condições de protelar tal decisão, e terão que colocar a termo a etapa final da redenção pretendida perante as Leis Divinas. Dessa complexidade de fatos é que geram as chamadas “mortes coletivas”.Os Espíritos Superiores possuem todo conhecimento prévio desses fatos supervenientes, tendo em vista as próprias determinações assumidas pelos Espíritos emaranhados na teia de suas construções infelizes, aí, providenciam equipes de socorros altamente treinadas para a assistência a esses Espíritos que darão entrada no plano espiritual. Mesmo que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, a situação dos traumas e do despertar dependerá, individualmente, da evolução de cada um. Estes fatos, mais uma vez André Luiz confirma: “se os desastres são os mesmos para todos, a “morte” é diferente para cada um”.



Diante de toda essa tragédia que está acontecendo na Região Serrana do Rio de Janeiro, ficamos nos perguntando: Por que elas acontecem? O que fizeram todas essas pessoas?
Por que todo ano acontecem novas tragédias que matam milhares de pessoas em todo mundo? Encontrei esse artigo que pode esclarecer muita coisa. Estou postando em meu blog, com a intenção de ajudar outras pessoas que tenham as mesmas dúvidas.



Tragédias coletivas
Escrito por Victor Rebelo   

Ao findar o ano de 2004, a humanidade se viu dividida entre dois sentimentos contraditórios. De um lado, a alegria da mesa farta (ainda que muitos não tivessem sequer o necessário), e da recente troca de presentes e abraços emocionados em amigos e familiares.
Antigas mágoas que se dissiparam  e novas promessas que animam e dão renovado sabor à vida. De outro lado, mais de duzentas mil pessoas morrem inesperadamente vítimas de uma Tsunami, onda gigante causada por um terremoto no oceano.
Muitos dos que não foram atingidos pela Tsunami e que conheceram seu poder de destruição apenas pelos meios de comunicação se questionaram. Seria justo celebrar a vida enquanto milhares acabaram de morrer e muitos encontram-se desesperados à procura de sobreviventes, sem um lar, sem o que comer e nem onde se abrigar? O que fazer? Uma prece? Uma vibração? Doar um agasalho ou um quilo de feijão? Uma grande tragédia aconteceu, o que fazer?
Por um momento as pessoas acordam para uma realidade que não é a delas. Saem de seu “mundinho” fechadas em torno de si mesmas e percebem a dor alheia. Muitos sentem pena, outros, mais esclarecidos, compaixão. A maioria volta rapidamente para sua realidade habitual, como se nada tivesse acontecido. Como se na África explorada e cadavérica, no Oriente Médio enfurecido e sem amor próprio, no Haiti e em outras pequenas ex-colônias, sugadas ao extremo e largadas a um povo sem direção... como se nesse imenso Terceiro Mundo, as doenças, a fome e a violência não criassem diariamente grandes tragédias, passadas despercebidas por aqueles que vivem apenas para “sua” realidade, sem notar que a Realidade é uma só.
Existem, também, aquelas pessoas que não tiveram tempo de questionar a sorte dos que morreram com a onda gigante. “Arregaçaram as mangas” e foram trabalhar, dia e noite, como voluntários no auxílio às vítimas. São verdadeiros despertos, lúcidos diante da vida, diante do próximo.
Frente a inúmeros questionamentos, sacerdotes e representantes de todas as religiões se apressaram em esclarecer seus fiéis, a fim de “limpar a barra” de Deus. Pronto! O julgamento está feito: o culpado é o diabo! É o fim do mundo. Não! Gritam os céticos. Foi um evento natural, geológico. E então, caro leitor? Quem é o culpado? Como a doutrina espírita explica a justiça de Deus nas grandes tragédias?

Progresso coletivo
Em O Livro dos Espíritos, ao perguntar se a destruição é uma lei da natureza, Allan Kardec obtém como resposta que “É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamais destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos”.
Em primeiro lugar, precisamos entender que ninguém morre. O corpo físico denso se transforma, esteja no fundo da terra ou nas chamas da cremação. O duplo etérico se desfaz e sua matéria sutil retorna ao fluido cósmico universal, conforme explicam os espíritos na mesma obra.
E a consciência, o ego, a pessoa? Para aonde vai? Para responder esta pergunta corretamente e da forma que ela merece ser respondida, sugiro ao leitor que estude, pelo menos, O Livro dos Espíritos e O Céu e o Inferno. Ambos os livros são uma série de perguntas de Kardec a espíritos do mundo inteiro através de médiuns. Mas, respondendo de forma extremamente resumida e, por si só, muito vaga, respondo que a pessoa, após a morte do corpo carnal, vai para o mundo dos espíritos.
Então você já entendeu que as pessoas que morreram com a Tsunami, na verdade não morreram, certo? Por isso, ao invés de morrer, vamos usar o termo desencarnar. Só desencarna quem estava encarnado, é óbvio.
Mas o que leva uma pessoa a desencarnar de maneira tão trágica?
Em primeiro lugar, é preciso entender que nenhuma pessoa na Terra está vivendo sua primeira existência como ser humano. A natureza não dá saltos. Tudo no universo se encadeia; uma peça se encaixa na outra em um sistema perfeitamente harmônico. Você já viveu outras encarnações aqui na Terra e possivelmente até em outro planeta.
Acima do ego, você é uma centelha divina, um princípio inteligente individualizado (individualizado sim, separado não, pois não existe nada que não faça parte do Todo, de Deus, a Realidade Suprema). Por algum motivo, você foi direcionado ao Planeta Terra. Isso significa que está sujeito às Leis que regem este planeta, certo? Fome, frio, calor, sede ... viver aqui é estar sujeito a várias forças e necessidades vitais. Terremotos e maremotos, por exemplo, são ocorrências naturais, que têm como causa a própria constituição do globo planetário. Por outro lado, existem determinados eventos planetários que são causados pelo homem, e este, vai sofrendo suas conseqüências (super aquecimento da temperatura devido a buracos na camada de ozônio etc).
Como eu já disse, a natureza não dá saltos, e para que você transcenda a necessidade de viver aqui neste planeta e parta para mundos superiores é necessário todo um processo de evolução, que não ocorre em uma única, mas em inúmeras encarnações.
O Karma, ou Lei de Ação e Reação é imutável, mas sua aplicação não é rígida. Age com justiça para todos, e por isso é flexível, dinâmica e relativa a cada um.

Justiça perfeita
Então, se você já sabe que todos nós já vivemos outras encarnações aqui na Terra; sabe que existe uma Lei de harmonia e perfeição que rege o universo; que é “dado a cada um segundo suas obras”.
Se você está sofrendo, faça o que Kardec aconselhou: procure as causas na vida presente. Se após um exame profundo e sincero (o que às vezes é dificílimo) você chegar à conclusão de que nada fez para sofrer tantos infortúnios, então, pode-se dizer que as causas encontram-se no passado distante, antes desta sua atual encarnação. É que somente agora chegou o tempo das sementes daninhas que você plantou na sementeira dos próprios passos darem resultado. Nestas circunstâncias, é preciso buscar forças, cada um a seu jeito, para transformar o sofrimento em lição bendita e passar pelas situações difíceis da melhor maneira possível.
Com isso, quis mostrar ao leitor que, as pessoas que naquele local, no momento exato em que a onda gigante surgiu arrasadora, ali estavam, é porque a Lei de Retorno (Ação e Reação, ou Karma) assim permitiu. O histórico de vida delas assim determinou. Como eu disse, a Lei do Karma é dinâmica. Muitos que ali poderiam estar, conseguiram, devido a seus atos, criar um novo rumo na vida e desta forma, escapar da tragédia. Cada caso é um caso e precisaria ser analisado individualmente.
Mas, se analisando sob o ponto de vista espiritual, cada um sofre as conseqüências de seus atos, porque existem tragédias coletivas?
Vejamos a questão 737 de O Livro dos Espíritos:
“Com que objetivo Deus atinge a Humanidade por meio de flagelos destruidores? Para fazê-la avançar mais depressa. Não vos dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem, a cada nova existência, um novo grau de grau de perfeição? É preciso ver o fim para lhe apreciar os resultados. Não os julgais senão sob o vosso ponto de vista pessoal e os chamais de flagelos por causa do prejuízo que vos ocasionam. Mas esses transtornos são, freqüentemente, necessários para fazer alcançar, mais prontamente, uma ordem melhor de coisas, e em alguns anos, o que exigiria séculos”.
Assim, entendemos que, devido a nossos próprios erros, a dor muitas vezes se faz necessária para nos mostrar nosso ponto de equilíbrio interior. É como a criança que precisa por o dedo no fogo para saber que ele queima. Se ela escutasse os conselhos dos pais, não precisaria se queimar. É o caso da nossa humanidade. Quantas dores e sofrimentos poderiam ser evitados se ao invés de guerras procurássemos o caminho da fraternidade.
Mas, vejamos as questões seguintes:
738 – Deus não poderia empregar, para o aprimoramento da Humanidade, outros meios senão os flagelos destruidores? Sim, e o emprega todos os dias, visto que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. É que o homem não aproveita [...].
739 – Os flagelos destruidores têm uma utilidade, sob o ponto de vista físico, malgrado os males que ocasionam?
Sim, eles mudam, algumas vezes, o estado de uma região; mas o bem que disso resulta não é, freqüentemente, percebido senão pelas gerações futuras.
740 – Os flagelos são provas que fornecem ao homem a ocasião de exercitar sua inteligência, de mostrar sua paciência, sua resignação à vontade de Deus, e o orientam para demonstrar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se ele não está mais dominado pelo egoísmo”.
Portanto, a doutrina espírita de forma alguma é fria, insensível. Ao afirmar, com Jesus, que “a cada um é dado segundo suas obras”, ela também prega o “amai ao próximo como a ti mesmo”, ou ainda, “fora da caridade não há salvação”.
Mas tudo isso não significa que o homem deve ser passivo aos flagelos destruidores. Na questão seguinte, Kardec pergunta se é dado ao homem conjurar os flagelos que o afligem. Os espíritos respondem: “ Sim, de uma parte, mas não como se pensa, geralmente. Muitos flagelos são o resultado de sua imprevidência; à medida que ele adquire conhecimentos e experiência, pode conjurá-los, quer dizer, preveni-los, se sabe procurar-lhes as causas. Mas entre os males que afligem a Humanidade, há os gerais que estão nos desígnios da Providência, e dos quais cada indivíduo recebe mais ou menos, a repercussão. A estes o homem não pode opor senão a resignação à vontade de Deus e, ainda, esses males são agravados, freqüentemente, pela sua negligência.”.

Uma doutrina libertadora
Como podemos perceber, a doutrina espírita não prega o fatalismo e nem o conformismo cego diante das tragédias da vida, até mesmo das chamadas tragédias coletivas. O que o espiritismo ensina é que a lei é uma só: para cada ação que praticamos colheremos a reação. Diante da natureza, enquanto o homem não cuidar do planeta com o devido respeito, receberá cada vez mais os choques violentos como resposta. Nos casos em que a causa independe da ação do homem, ainda assim, o espiritismo nos ensina que não existem vítimas ao acaso. Tudo obedece a um plano perfeitamente harmônico e quando as causas do sofrimento não podem ser atribuídas nesta encarnação, é porque sua origem se perde na noite dos tempos...
A maior lição que a doutrina nos ensina é: fora da caridade não há salvação! Estender nossos braços e amparar os necessitados é a missão sublime de todos os espíritas.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 31

VOCÊ SABE O QUE PEDIR?



         Estamos acostumados a pedir, em nossas orações, algo que consideramos importante, porém, quando conseguimos a graça, voltamos a pedir algo que, muitas vezes, julgávamos trivial e banal, sem ao menos agradecer as nossas súplicas anteriormente atendidas.
         Acostumados a petições intermináveis, julgamos sermos merecedores de alguma vantagem ou privilégio, simplesmente por termos uma religião e, algumas vezes, praticarmos a caridade. Doce ilusão pensar que “somos especiais” por fazer algo que não é mais do que a nossa obrigação. Podemos usar, neste caso, a metáfora do filho que barganha com o pai para ganhar um carro se passar no vestibular. Mas a barganha é coisa antiga e chega a ser cômica em algumas situações, como aquela em que o individuo barganha com Deus caso venha a ganhar na loteria; irá praticar caridade e ajudar muitas instituições beneficentes! Mas, sabemos que quando a matéria sobrepõe à espiritualidade torna-se uma arma perigosa, capaz de escravizar a sociedade sedenta e desejosa de felicidade, e achamos que na abonança financeira iremos possuir esta felicidade.
         Oramos por projetos pessoais, mas, para amenizar a consciência, alegamos intimamente que outras pessoas também serão beneficiadas. A verdade é que pensamos primeiro em nós. É difícil encontrarmos alguém rogando a Deus para que na caminhada evolutiva não obtenha nenhuma vantagem e que seja feita à vontade de Deus em sua provação.
         E somos ingratos quando não somos atendidos, achamos que Deus não olha por nós, que somos excluídos ou coisa parecida, pois tantas pessoas conseguem ser atendidas e nós, não. No livro Palavras de Vida Eterna, psicografado por Chico Xavier, pelo espírito de Emmanuel, podemos ler - no capítulo Rogar - que “Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para percebermos que muitas daquelas que se nos afiguram bens resultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração”. Pensamos estar preparados, mas quando este sentimento não se concretiza nos sentimos incompetentes. Pode levar anos para entendermos que aquele projeto que tanto ansiávamos poderia ser prejudicial para nós nesta encarnação por não estarmos aptos a exercê-lo na oportunidade em que tanto almejávamos.
         Mesmo assim, ainda contamos com amigos espirituais que se prejudicam por se comoverem com nossas súplicas, e em nome do amor, recorrem à espiritualidade superior, “mas nem sempre estamos habilitados a receber o que desejamos”, comenta Emmanuel.
         A verdade é que nem sempre estamos satisfeitos com o que temos, precisamos de mais. O sonho de ter um carro é normal, mas porque o vizinho tem um melhor, precisar se igualar ou superá-lo por mera vaidade já é um ato de arrogância. Perturbar-se por vulgaridades é prejudicial, afetando, inclusive, aqueles que nos cercam.
         Temos uma quantidade imensa de livros espíritas para podermos estudar, refletir, trabalhar nossa reforma íntima e moral. Porém, o livro As Vidas de Chico Xavier, escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior, descreve com clareza e eficiência a missão do nosso querido Chico. É uma leitura imprescindível para conhecermos melhor este médium que trabalhou fervorosamente na psicografia de 412 livros, divulgando, assim, a doutrina espírita. Psicografou mais de 10 mil mensagens às mães que perderam seus filhos; doou todos os direitos autorais destes livros a entidades espíritas, pois, como ele mesmo dizia, os livros não eram dele, mas dos espíritos. Praticou a caridade na íntegra; viveu com simplicidade e cumpriu sua árdua missão.
         Depende de nós aproveitarmos cada momento no trabalho mútuo em prol do bem, afinal, ninguém evolui sozinho; temos diversos companheiros no mundo físico e espiritual comprometido conosco!

Autor: Marco Tulio Michalick
Texto publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 83, ano 2010.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Qual é o sentido da vida?


Marta Antunes Moura
 “Não somente de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai
da boca de Deus.” (Mateus, 4:4.)


Questionamento sobre o sentido da vida acontece em algum momento da existência, mas a resposta à indagação está relacionada a vários fatores, entre eles: idade, nível de maturidade espiritual, educação recebida, formação religiosa, interesses...
A respeito do assunto, esclarece Léon Denis que:
O que importa saber antes de tudo é o que somos, de onde viemos, para onde vamos, quais são os nossos destinos.As ideias que fazemos do Universo e suas leis, do papel que cada um de nós deve exercer sobre este vasto teatro, tudo isso é de uma importância capital. É de conformidade com elas que dirigimos os nossos atos. [...] Para as coletividades, da mesma forma que para o indivíduo, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres; mostra o caminho a seguir, as resoluções a adotar.
Não resta dúvida que esse é o melhor critério, entretanto, sabemos que significativa parte da Humanidade restringe a existência à mera experiência biológica (nascer, crescer, reproduzir e morrer). Para muitos indivíduos o enfoque é a família e/ou a profissão. Os hedonistas preferem gozar a vida, sem pesar as consequências. Mas há pessoas que, efetivamente, centralizam a vida na busca pela melhoria espiritual. Tal constatação nos faz concluir que, a rigor, não há um consenso de respostas, como indicam pesquisas realizadas, uma vez que o entendimento sobre o sentido da vida varia de pessoa para pessoa, estando sujeito a mudanças de opinião, à medida que envelhecemos ou nos tornamos mais experientes.
Denis considera ainda que as indagações sobre o porquê da vida fazem parte da natureza humana:
Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e ao seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? Onde está esse que não tem procurado conhecer os seus destinos, erguer o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade? Não há ser humano, por mais indiferente que seja, que não tenha enfrentado algumas vezes com esses grandes problemas. A dificuldade de resolvê-los, a incoerência e a multiplicidade das teorias que daí se derivam, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, o tem atirado à indiferença e ao ceticismo.
Para os filósofos da Antiguidade, o verdadeiro sentido da vida estava na aquisição da felicidade, genericamente considerada “[...] estado de satisfação devido à situação do mundo”, conceito que não deveria ser confundido com o de bem-aventurança, entendido como o ideal de satisfação, ou de felicidade completa, independente das condições do homem no mundo.
A felicidade era então compreendida como algo bem mundano, de acordo com as necessidades imediatas do homem, segundo esta afirmativa do filósofo grego Tales de Mileto (624 ou 625 a.C.-556 ou 558 a.C.): “[feliz é] quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”. Em outras palavras, significa dizer que a felicidade se resume em ter boa saúde, sucesso na vida e possuir boa formação educacional, condições priorizadas pela sociedade moderna.
O conceito de felicidade foi mais tarde incorporado ao prazer, possivelmente a partir das ideias de Demócrito de Abdera (460-380 a.C.), que definiu felicidade como sendo “[...] a medida do prazer e a proporção da vida”. Tal concepção serviu de base para o desenvolvimento do pensamento filosófico, em relação ao sentido da vida, nos séculos posteriores. Estudiosos famosos aceitaram a relação felicidade–prazer, imprimindo esta direção ao pensamento ocidental. Entre eles, destacamos: Lorenzo Valla (1407-1457), eminente educador humanista italiano; John Locke (1632-1704), inglês, respeitado ideólogo do liberalismo; Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), distinguido cientista alemão; e o britânico Bertrand Arthur William Russell (1872-1970), uma das personalidades mais influentes do século XX, matemático e lógico de renome.
Importa ressalvar que, desde os tempos remotos, Platão (428 ou 427 a.C.-348-347 a.C.) já fazia clara distinção entre felicidade e prazer, admitindo que uma estava vinculada à aquisição de virtudes, a outra, às sensações físicas: “[...] o mundo dos sentidos e dos prazeres sensoriais inibe o encontro da felicidade verdadeira, porque nos torna presos ao mundo real [físico], que não é [...] a realidade mais elevada”.5
Em termos religiosos, o Hinduísmo relaciona o sentido da vida à harmonia e libertação espirituais, ambas necessárias à comunhão eterna e pacífica com Deus. Para os brâmanes, é atingir o estado de consciência cósmica. O Judaísmo valoriza a observância das leis de Deus, registradas nos seus livros sagrados. O Budismo orienta que o sentido da vida está na liberdade de cada um escolher como conduzir a própria vida. Para o Cristianismo é necessário vivenciar o Evangelho, condição totalmente acatada pelo Espiritismo.
A citação de Mateus, inserida no início deste artigo, pode ser considerada um roteiro espírita sobre o sentido da vida. Interpretada por Emmanuel, destaca este Benfeitor a importância de reconhecermos a extensão e o valor das bênçãos divinas, distribuídas por Deus em nosso benefício. Assim, considera a palavra “pão” (Não somente de pão viverá o homem), presente no texto evangélico, como símbolo representativo das concessões materiais doadas ao encarnado. Pondera, entretanto, que tais dádivas devem ser utilizadas para a obtenção do alimento espiritual (toda palavra que sai da boca de Deus), que é o verdadeiro sustento à vida do Espírito imortal. Eis como se expressa:

Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma. Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos. Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.

Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável. Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível.
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
Não apenas flores, mas também frutos.
Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
Não só teoria excelente, mas também prática santificante. Não apenas nós, mas igualmente os outros.
Ao final, conclui com a sabedoria e a simplicidade de sempre:

Disse o Mestre: – “Nem só de pão vive o homem.”
Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo. Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.
Reformador Federação Espírita Brasileira
http://www.febnet.org.br/reformadoronline/pagina/?id=204#

domingo, 9 de janeiro de 2011



O QUE VOCE FAZ DE SUA MEDIUNIDADE

É verdade.

Vamos educar as nossas mediunidades
conforme esclareceu Allan Kardec
no Liro do Médiuns.

Procuremos os Casas Espiritas que mantem cursos de espiritismo,
mediunidade, aprendizes de evangelho.

Indiquemos essas casas para aqueles que nos procuram.
Indiquemos o plantão fraterno.
Indiquemos a casa que tem um plantão de esclarecimento espiritual.

Atualmente, as casas espiritas já estão estruturadas
em cursos especializados.

E temos a curso de reforma intima,
que todos devem procurar fazer.

Pois a mediunidade todos temos.
O que importa, é o que você faz de sua mediunidade.

Pois, todos os nossos atos tem consequências.
Para o bem e para o não bem.

Semeemos o bem para sermos luzes
nos caminhos de nossos irmãos.
Muita Luz e Paz.

Mensagem Espírita
http://www.facebook.com/mensagem.espirita

PRECE INTERCESSÓRIA
Fraternos.

Coloquemos a nossa mediunidade em auxilio daqueles que precisam.
E podemos fazer isso, também sozinhos.
Pratiquemos a mediunidade intercessória.
Pratiquemos essa mediunidade exercida por Jesus Cristo.
Jesus Cristo orava pelos apóstolos.
E nós, também podemos orar por outras pessoas.

É a Prece intercessória.
É o nosso pensamento em favor de quem precisa.
É obrigação de todo o cristão, espirita orar por:
Si mesmo.
Pelos parentes.
Pela família.

Pelos amigos e inimigos (encarnados e desencarnados)
Pelos que sofrem.
Pelos que ninguém ora.

Ou se quiserem também, fazer as vibrações.

Sim, e não devemos esquecer de nossa primeira responsabilidade,
ao acordar.

Fazer a nossa prece diária.
Sim, agradecer A Deus por todos os benefícios
recebidos nesta vida até esse dia e pela noite transcorrida.

Sim, e depois fazer os nossos pedidos particulares.

E pedir e interceder em prece pelos outros.

Essa mediunidade intercessória devemos fazer sempre.

Coloquemos as nossas forças psíquicas, mediúnicas
em favor daqueles que precisam.

Pois Jesus Cristo esclareceu a todos nós:

Amar a Deus sobre todas as Coisas.
E ao próximo como a si mesmo.

Trabalhemos a nossa mediunidade em favor daqueles que mais precisam.
Muita Luz e Paz.
Mensagem Espírita
http://www.facebook.com/mensagem.espirita

EXERÇAMOS A MEDIUNIDADE GRATUITA- ESCLARECER

Fraternos

É verdade.
Quantos tem mediunidades?
Em todas as escolas religiosas do orbe terrestre?

E quando aflora a mediunidade?

O que fazer?
Onde se socorrer?
Onde procurar?

Muitos veem vultos.
Muitos começam a ter a percepção dos espíritos.
Muitos ouvem sons.
Muitos vem cores.

É o começo do chamamento para o nosso objetivo espiritual
de nossa encarnação.

E onde não temos a mediunidade esclarecida, temos a ignorância espiritual.
E onde temos a ignorância espiritual, temos os usurpadores do espirito.
E temos aqueles que por interesses próprios, enganam e enganam a muitos.


Irmãos sob o jugo da carne.

Conhece alguem que fez comentários sobre as mediunidades?
Conhece alguém que falou sobre os vários tipos de mediunidade?

Informe a eles sobre as casas espiritas.
Informe a eles buscarem na internet, o endereço das organizações internacionais, nacionais do movimento espirita.

Se possível, de-lhe os livros básicos da doutrina dos espíritos.
Se possível, informe-lhe que ele pode ter os livros eletrônicos da doutrina dos espíritos.

Se possível, esclareça sobre os cursos de espiritismo ministrado em casas espiritas.
Se possível, esclareça sobre os cursos de espiritismo feito pela internet e gratuitos.
Se possível, esclareça sobre os cursos de aprendizes do evangelho também.

Façamos a nossa parte.
Esclareçamos onde podem fazer um curso de espiritismo.
E estaremos exercendo a mediunidade de esclarecimento.

A todos que precisam de uma primeira informação racional
sobre a doutrina dos espíritos
codificada por Allan Kardec.

Exerçamos a mediunidade
gratuita sempre.
Muita Luz e Paz
Mensagem Espírita
http://www.facebook.com/mensagem.espirita

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Relato de um Espírito.




Mensagen Psicografada por: Diego Corrêa
Pelo Espírito:  desconhecido.


Foi bom enquanto tudo era um mundo a parte. Dúvida? Toda dúvida ainda fazia parte da vida. E de tudo pude aproveitar tudo de errado. Vi que sem dúvida caminhei auxiliado de muitas maneiras pelas quais nem eu mesmo sabia, mas que só depois de muito tempo pude ter a plena consciência. Não pense que são tudo flores, nem um mar brando e cristalino, as coisas são mais obscuras e incertas do que quando se está tão vivo quanto agora. Sem saber aonde ir nem aonde chegar não podia ver nem um futuro pra mim. Agora, de fato, ele não estava nem um pouco perto de chegar. E quão longe seria isso?

Como poderia me guiar nesse solo tão escuro e me aquecer nesse frio? Aonde vamos quando não cumprimos nosso dever? Não é um lugar bonito nem um paraíso e sim algo frio e pensativo, mas feito para se livrar de tudo aquilo que está preso em nós por conta da grande, e nem sempre, sábia vivência em nossa querida terra.

Agora perdido no nada e sem saber onde estava me via junto com irmãos que estavam na mesma situação, ou até mais entregues as trevas profundas de sua antiga vida em terra.

Meu passado foi algo que tive que aprender a esquecer. Muitos erros, coisas que nunca fiz e pessoas que deixei de ajudar. Agora estava tudo preso a grande crosta e nada poderia eu fazer para mudar. Me lembrar de tudo que foi deixado de lado foi um processo demorado e dolorido. Imerso aquela escuridão não pude e nem tive como me apegar a nada. Sem caminhos a seguir, o que poderia ser feito?

Milhares de irmãos nossos trabalham em resgate nas camadas mais próximas da terra, são como verdadeiras fortalezas fincadas no baixo astral. É tudo tão tosco e baixo, as pessoas ainda estão muito ligadas com a sua vida passada e por isso estão presas ao carma terreno, difícil de ajudar. Precisam passar por todo aquele processo de limpeza de perispírito até chegarem às camadas mais próximas da alma.

Não pense você aqui, que tal processo é algo lindo e confortável. Uma dor fincada diretamente ao seu perispírito é algo que realmente não posso nem na melhor literatura encontrar. Não sei quanto tempo me passei imerso a esse processo até merecer ajuda ou até precisar dela. Não adianta ser salvo antes. Passamos, mesmo após a vida em terra, por tudo que precisamos e o pai não mede esforços para nos dar a sua luz e sua graça. Tudo que por ele é feito, nos leva sempre ao seu amor que tudo aquece e ilumina, como iluminou a minha vida após aquilo tudo que tinha passado.

Precisamos entender tudo o que passamos. O esforço divino nos guia para perto do seu amor. Ver seus filhos sofrerem em meio ao caos, a desordem e ao medo interior não o deixa contente. Passamos por tudo que devemos passar e por tudo o que supostamente suportamos, e se suportamos podemos seguir na direção do nosso pai.

Tudo em nossas vidas é programado para nos levar ao próximo passo nessa estrada. Então a sua memória carnal, aquela que vem das vidas que passamos nessa terra é apagada, aí sim voltamos para cá nessa nova morada.

Aprendemos coisas novas, tudo faz parte de um plano maior para te desenvolver naquele caminho que te levará ao que contigo foste programado. Escolhas são impostas a ti, meu irmão, não podemos nunca interferir. Lembre-se que és filho de Deus e nosso pai nos deu liberdade de escolha para tudo. Mesmo que ele não se anime com a sua decisão, mas ele sabe que no fundo as coisas sempre saem bem, afinal és eterno como espírito e tens sempre a chance de melhorar seus atos e escolhas.

Estamos sempre prontos para auxiliar as suas ações. Como parte de tudo, sofri, e estou para lembrá-lo que pode caminhar, e que os erros fazem sim parte da vida de todos os seres, e que a mesma é feita para isso.

Programe seu mundo para o melhor e esteja sempre pronto para o pior, pois ele sempre virá. Lembre-se que és filho do grande pai e ele e nós, estamos sempre ao seu lado, pronto para o seu auxílio, basta querer escutar. Deixe sua mente quieta e preparada para seus ouvidos, pois falamos a qualquer hora, basta querer escutar.

Lembre-se que maus pensamentos e sentimentos ruins sempre atraem coisas ruins, além de irmãos nossos com menos luz, desencaminhados, os quais ainda irão estar prontos para o auxílio, pois a sua realidade ainda está muito abaixo de tudo, até mesmo daqueles que ainda residem em vida, encarnados.

Ateie pensamentos bons, caso haja a presença de tais irmãos sem luz, peça a Deus que os guie para ela. Faça por eles uma oração e peça que encaminhemos para aonde devam ir.

Seu pensamento move o mundo, sempre tenha em mente que é filho de Deus e que pode tudo. Se a estrada é escura quem mais além do pai pode guiar-te por tal caminho? Somos todos filhos dele e tudo podemos. Só que na menor dificuldade paramos. Deixe seu coração te guiar, que os bons pensamentos te levam a luz, que sempre iremos atrair irmãos de luz que virão em nosso propósito. Assim, iremos passar pela estrada escura sem medo das sombras, nem de nada, e sempre tendo a grande certeza que Deus, pai, é maior do que qualquer coisa nesse mundo e em qualquer outro.

Dúvidas e incertezas não nos levam a caminho nenhum. Nunca nos mostram lugar certo a seguir. Sempre nos fazem fazer escolhas bem diferentes de tudo que queremos. Como já disse, por mais escuro que possa ser esse caminho, ele pode sim te levar aonde você quer chegar. 

Qual o sentido de você viver?

 Qual é o sentido de você viver?

Autor: Michele de Souza

O Livro dos Espíritas - Juventude - Capitulo II Qual é o sentido de você viver? Algum dia você parou para se perguntar porque você vive e qual é o sentido da sua existência? Não é possível que você passe uma vida toda achando que veio aqui para levantar todos os dias para fazer a mesma coisa que sempre e que sempre faz! Sua existência é muito mais importante do que você imagina. Você é parte de um organismo, é como uma molécula de toda uma existência. Tudo que você faz interfere diretamente no funcionamento desse organismo. A sua vida é importante para todos que estão ao seu redor por mais que nem você nem ninguém perceba isso. Você vem com a chance de melhorar, de evoluir e de fazer diferença para a vida das pessoas que surgem sempre no seu caminho. Sua existência nesse mundo não tem só como motivo a sua evolução, engana-se quem preocupa-se apenas em evoluir.
A tua vida também faz parte da evolução das outras pessoas que precisam da sua aparição. Agora caiu a ficha até de você que sempre estudou seja sobre o Espiritismo, Cristianismo, Hinduísmo, Taoísmo e etc. não é? Preocupar-se apenas com a sua evolução é mais uma maneira de egoísmo impensado. Achou mesmo que tinha que preocupar-se coma caridade só porque você precisa evoluir? Que isso! Muitas vezes a sua caridade só purga seus erros do passado, deixa elas por elas, mas dela dependem outros espíritos que precisam conhecer o amor para darem mais um passo adiante. Agora se esse conhecimento te desestimular em realizar a caridade é porque a mesma não era sincera. Além do mais quem foi que disse que a caridade é só dar aos pobres? Que caridade é entregar leite e pão somente? Não há caridade sem amor! Muitas vezes um mendigo que nada de material tem a oferecer faz bem mais caridade em abraçar um companheiro necessitado do que aquele que enche o carro de alimento e leva a uma instituição. Amor! O que as pessoas precisam é de amor! É preciso ajudar no alimento até que o indivíduo possa caminhar com os próprios pés? Sim. No entanto se der alimento e não lhe der alicerces esse alimento será perdido na próxima vez que ele for descartado pelo corpo. A sua existência aqui é tão necessária quanto a da gota no oceano que sem ela, uma a uma, ficaria seco.
http://www.artigonal.com/meditacao-artigos/qual-e-o-sentido-de-voce-viver-3921711.html
Perfil do Autor

Além de Cientista Noética atua na área da Cibernética sendo responsável por diversas pesquisas e projetos na área de desenvolvimento de sistemas para reabilitação. Teve a oportunidade de viver diversas experiências no mundo espiritual recordando-se inclusive de visita as Cidades espirituais e regiões de trabalho em grupo. Iniciou no segundo semestre de 2010 as pesquisas científicas sobre a água fluidificada, os passes energéticos, o ectoplasma e as ligações moleculares entre espírito, perispírito e corpo físico, desejando com isso desenvolver, após testes científicos e pesquisas, melhores condições de aplicação de terapias. Também atua no desenvolvimento de novos equipamentos para melhor comunicação entre o mundo físico e o espiritual. Contato via e-mail micheledesouza24@gmail.com

sábado, 1 de janeiro de 2011

Por Que Mudar?




Por Que Mudar?

Autor: Leontina Rita Acorinti Trentin

POR QUE MUDAR?
Toda mudança é difícil e demanda muita energia destituída de comodismo. Mas, hoje já sabemos que tudo o que é estático torna-se obsoleto, cai em desuso, adormece.

Assim como existe a evolução material, tecnológica, cultural, intelectual e outras mais, também deve haver a evolução moral e espiritual do ser, que é o ponto principal de nossa estadia na terra.

Quando aportarmos os murais do plano espiritual, após o nosso desenlace físico, a tristeza que nos acometerá, se não evoluirmos, será incomensurável.

Por quê?

Justamente por cairmos na realidade é que ficamos estagnados e não aproveitamos nada do esforço e oportunidade despendidos neste estágio, justamente por que viemos para galgar aprendizados práticos e proveitosos.

Deus é tão perfeito que nos dará outra chance, não haverá problema algum, seremos bem recebidos, mas, redirecionados para a fila novamente.

Qual fila?

Aquela que nos levará novamente a terra a fim de passarmos pelos mesmos problemas e dificuldades para que possamos, então, aproveitar outra chance para o novo estágio. E assim se dará por vidas e mais vida até que aprendamos o ensinamento requisitado pelo “eu espírito”.

Vocês devem estar se perguntando por que necessitamos mudar e ir para filas mais evoluídas e não as mesmas anteriores, mesmo que demande tanto esforço?

Quem gosta de repetir o ano na escola, na Faculdade ou perder tempo, dinheiro... ?

Acredito que em sã consciência, ninguém. Assim será nosso sentimento por perder mais um ano na lição que mais precisávamos de nota, e assim iniciar mais um ano triste e infeliz. Imagine uma vida.

Não é mais novidade para ninguém a existência de um mundo paralelo ao nosso, donde provém grande parte das inspirações que nos chegam através de nossos mentores e protetores espirituais, que, infelizmente, na maioria das vezes, são desperdiçados por nós.

Por que temos ajuda destes mentores espirituais?

Justamente para não repetirmos o ano e conseguirmos aproveitar na íntegra o tempo que nos foi concedido, visto que a felicidade somente visita os seres que não se acomodaram e estão subindo os degraus da moralidade, da compaixão e da caridade.

Precisamos também nos colocarmos no lugar do outro, perdoar ... e mais uma lista imensa de tantas outras virtudes que devemos, pelo menos, começar a seguir.

Nunca devemos nos descuidar da união com o plano espiritual,porque quanto mais nos afastamos de Deus, mais embrutecidos e sem propósitos ficamos, ou seja, quem se afasta da luz se aproxima das trevas.

Para que isso não ocorra, basta olharmos nossa vida com entendimento espiritual e praticá-lo.

A necessidade da mudança é impar para vivermos melhor e felizes, realizados e de bem com a vida. Caso contrário, estejamos prontos para a depressão, para o inconformismo, a discórdia, a raiva, o stress, a dor e tudo o mais de ruim que pudermos visualizar.

O ser que se preocupa somente com o aspecto material da vida: casas, carros, bens, com a quantidade para obtê-los em curto espaço de tempo, esquece que sua vivência neste planeta é demasiadamente curta, em relação à vida eterna.

Este ser vai arrepender-se amargamente por não ter dado o devido valor ao que mais importa.


É imprescindível termos a balança da vida equilibrada entre o ter e o ser. Eis o segredo para o sucesso com altíssimos lucros materiais e espirituais, não só para hoje, mas para amanhã e sempre.


Podemos perguntar então: vale a pena mudar?
No amor e na luz
Leontina Rita Acorinti Trentin
www.institutoatlantida.com.br
http://www.artigonal.com/auto-ajuda-artigos/por-que-mudar-518875.html
Perfil do Autor

Bacharel em Administração,

licencianda em Filosofia, atuando há tempo na área de Administração de Empresas, com um vasto currículo em pesquisas e estudos no campo espiritual e filosófico.

Escritora e palestrante, dedica sua empresa, Instituto Atlântida, ao ensino da Inteligência Espiritual, demonstrando que, somente através da espiritualidade e seus conhecimentos, seremos direcionados corretamente para a apoteose de nossas vidas, entendendo que primeiramente somos um espírito - onde tudo começa.