domingo, 27 de dezembro de 2009

REENCARNAÇÃO SEGUNDO KARDEC


Outro dia minha filha perguntou: “-O que acontece com o Espírito enquanto aguarda o nascimento? Onde o Espírito ficava e se tinha consciência da vida que iria viver na Terra?”. Como não tinha certeza da resposta, procurei informações no Livro dos Espíritos e lá, como sempre, encontrei respostas. Percebi que essa dúvida não pertencia só a minha filha e por isso resolvi transcrever o que lá encontrei.





Prelúdio da volta

Os Espíritos sabem que terão que reencarnar, mas, assim como nós sabemos que vamos morrer um dia, e não sabemos quando, eles também possuem essa dúvida, ou seja, ignoram quando isso se dará.
Assim como a morte é uma necessidade da vida corporal, a reencarnação é da vida espírita.
Todos nós sabemos que vamos morrer, porém alguns por serem mais adiantados espiritualmente, procuram informações a respeito da vida fora do corpo. Isso também acontece no mundo espiritual, alguns espíritos mais adiantados sabem a respeito da reencarnação e encaram isso como uma oportunidade de aprendizado e outros como uma punição. Por receio, alguns espíritos podem retardar a reencarnação devido ao medo do desconhecido, também segundo Kardec,  existem espíritos covardes e indiferentes, só que esse recuo trás conseqüências. Também há os que querem antecipar a volta ao corpo. Na verdade retardar a reencarnação é possível, evitá-la não, pois, está serve para que o Espírito progrida, evolua.  
Kardec diz que a escolha do corpo a ser utilizado pelo Espírito depende da prova ou provação a  que este Espírito deseja submeter-se para sua evolução. As imperfeições deste auxiliarão para o progresso, caso vença os obstáculos durante sua encarnação. Só que essa escolha nem sempre é possível. Assim como quando encarnados, existem pessoas que não conseguem seguir sozinhas, digo, sem ajuda ou alguém para lhe dizer o que fazer, o mesmo acontece com os Espíritos, há aqueles que precisam ter suas reencarnações impostas, pois, não conseguem sozinhos decidir sobre sua evolução. Existem casos em que vários espíritos desejam encarnar em um mesmo corpo, por isso, essa decisão que define qual espírito encarnará em determinado corpo cabe as entidades superiores que designam segundo provas que o mesmo irá passar na Terra e se o corpo escolhido o ajudará em sua trajetória.
Kardec também fala das perturbações sofridas pelo Espírito ao reencarnar. Estas são maiores que com o desencarne, pois, pela morte, o espírito sai da escravidão, pelo nascimento entra para ela. A encarnação procede como o viajante que embarca para uma travessia perigosa, sem saber se esta será vitoriosa e se alcançará seus objetivos. A ansiedade do Espírito é bem grande, pois as provas que enfrentará em sua existência o farão avançar ou não em sua evolução.
Dependendo do nível de evolução do Espírito que irá encarnar, digo, se este já habita mundos onde a afeição existe, os amigos espirituais o acompanham até o último momento, o animam e alguns o seguem, muitas vezes pela vida. Lembre-se que durante a vida, temos sonhos e encontros, onde amigos nos visitam, matam a saudades, dão conselhos. Nossa família espiritual.  



União da alma e do corpo

A união da alma ao corpo começa no momento da concepção, mas só se completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado pra habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. (interessante: o grito que o recém nascido solta anuncia que ela, a alma, se encontra no mundo dos vivos).
A união do Espírito com o corpo é insubstituível, porém como os laços que o prendem ao corpo ainda são muito fracos, facilmente se rompem, e pode romper-se por vontade do mesmo, se este se acovardar diante das provas que escolheu. (Nesse caso a criança não vinga).  Existe também o caso em que o corpo, por motivo de imperfeição da matéria não sobrevive e aí, a alma escolherá um novo corpo. Para o espírito, essas encarnações que não vingam não são importantes, nesses casos a morte prematura do feto é uma prova para os pais.  (É tudo muito complexo). Quando a reencarnação falha por qualquer motivo, nem sempre acontece outra imediatamente para o espírito, na maioria das vezes é dada a ele, um tempo para proceder nova escolha, a menos que a reencarnação imediata corresponda à anterior determinação. (Já tiver sido determinada).
Às vezes escutamos pessoas dizerem: Eu não queria essa vida, essa não foi à vida que pedi a Deus. Na verdade, não sabemos qual foi a nossa escolha, o que planejamos para nossa evolução. Entretanto, alguns Espíritos não suportam as provas dessa vida, acham pesada demais, superior as suas forças. E quando isso acontece acabam recorrendo ao suicídio.
No intervalo entre a concepção ao nascimento, existem momentos de maior, menor ou nenhuma lucidez do Espírito. A partir do instante da concepção, começa o espírito a ser tomado de perturbação, que o adverte que está próximo a sua nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de continuo até o nascimento e nesse intervalo, o seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim com a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência na condição de homem, logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito.
Ao nascer, à plenitude de suas faculdades se desenvolvem gradualmente como os órgãos. O Espírito se acha em uma existência nova e  é necessário que se adapte.
Mesmo a união do espírito com o feto não sendo completa até o nascimento, pode-se  afirmar que o espírito que vai habitar o corpo já existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem propriamente uma alma, visto que a encarnação está apenas em via de operar-se. Acha-se, entretanto, ligado à alma que virá a possuir.
A vida intra-uterina é como da planta ou vegetal. A criança vive a vida animal. O homem tem a vida vegetal e a animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual.
Existem alguns casos de crianças que não são vitais no útero materno, (podemos citar crianças anencéfalo, sua vida pode durar poucos minutos, algumas horas, alguns dias, às vezes algumas semanas). Depende da gravidade de sua anencefalia. Freqüentemente isso se dá e é permitido como prova, quer para os pais do nascituro, quer para o Espírito designado a tomar lugar entre os vivos.  Há alguns casos, a cujos corpos nunca nenhum espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças só vêm por seus pais, como prova. Segue-se então que toda criança que vive após o nascimento tem forçosamente encarnado em si um Espírito.

O Aborto

O Aborto tem para o Espírito a conseqüência de uma existência nulificada e que ele terá que recomeçar. E para quem o praticou, constitui crime, pois transgride a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, e é claro que depois também, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento ao corpo que se estava formando.
Agora se esse nascimento puser em perigo a vida da mãe, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? Preferível é que  se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.

Bom!! Aqui tem algumas respostas às perguntas feitas pela minha filha, mas, se você tem outras dúvidas, leia o Livro dos Espíritas, lá encontrará respostas.