segunda-feira, 30 de abril de 2012

A verdadeira Propriedade




A Verdadeira Propriedade

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir, goza ele enquanto aqui permanece. Forçado a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possuí? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele, ser mais rico ao partir do que ao chegar, uma vez que, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um pais distante, leva em sua bagagem objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; Junte aqui tudo o de que lá lhe servirá.
Quando um viajante chega a um albergue, escolhe um alojamento adequado a suas posses. A outro, de pouco recursos, cabe um alojamento inferior. Quem não tem nada de seu, vai dormir numa cama pobre. O mesmo acontece ao homem quando chega no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vai. Não vai ser, toda via, com seu ouro, seu dinheiro, que ele irá pagar. Ninguém vai lhe perguntar: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupava? Era príncipe ou operário? Ao contrário, lhe perguntarão: Que trazes contigo? Não vão avaliar seus bens, nem seus títulos, mas as somas das virtudes que possui. Assim, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão, vai alegar que pagou a preço de ouro a sua entrada no outro mundo. Irão lhe responder: Os lugares aqui não se compram; conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda da Terra, pode-se comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Seja bem vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da ultima, onde serás tratado de acordo com teus haveres. - Pascal (Genebra 1860)
Os bens da Terra são bens de Deus, distribuídos por ele ao homem, de acordo com sua vontade, portanto o homem é apenas um usufrutuário ou, administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não são propriedade individual do homem, que Deus frequentemente anula todas as previsões, e a riqueza foge daquele que se julga ter os melhores títulos para possuir tal riqueza.
Podemos pensar que isso se compreende quanto aos bens hereditários e não aos que são adquiridos pelo trabalho. Evidentemente, se existe uma riqueza legítima, são essas ultimas, quando são adquiridas honestamente, uma vez que uma propriedade só é legitimamente adquirida quando é conquistada pelo trabalho, sem causar dano para outro. Serão pedidas contas de qualquer centavo ganho desonestamente.

O Evangelho Segundo o Espiritismo
adaptado por: Eduardo Imbuzeiro e Ana Maria Corrêa.

Psicógrafo




Diz o Orientador:
-Observe. Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste momento, nossos auxiliares já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente
“tomar a mão”. Há processos intrincados, complexos.
( André Luiz relata que o preparo para a psicografia começa bem antes da reunião, antes o médium havia recebido assistência espiritual)
- André Luiz disse: passei a observar, no corpo do intermediário, grande laboratório de forças vibrantes. As glândulas do rapaz transformaram-se em núcleos luminosos, perfeitas oficinas elétricas. Detive-me, porém, na contemplação do cérebro, em particular. Os condutores medulares formavam extenso pavio, sustentando a luz mental. O cérebro mostrava fulgurações. Os lobos cerebrais lembravam correntes dinâmicas, a epífise emitia raios azulados e intensos.
( Essa é a descrição do processo do mecanismo da psicografia, depois do médium ter sido preparado, ele se colocou a serviço da reunião do Centro Espírita e a partir daí as glândulas de seu corpo físico, pareciam, ao modo de ver do André Luiz, oficinas elétricas. Ele compara a medula do médium a vela, a ascender o pavio de sua mente. E essas irradiações luminosas todas sustentando nas glândulas e irradiando a partir da glândula pineal ou epífise. Um verdadeiro centro de forças da espiritualidade).
Prossegue o instrutor Alexandre:
-Transmitir mensagens de uma esfera para outra, no serviço de edificação humana, demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente. É natural que o treinamento e a colaboração espontânea do médium facilitem o trabalho. O serviço não é automático... Requer muita compreensão, oportunidade e consciência. A sua preparação espiritual deve ser incessante. Qualquer incidente pode perturbar-lhe o aparelhamento sensível, como a pedrada que interrompe o trabalho da válvula receptora. Além disso, a nossa cooperação magnética é fundamental para a execução da tarefa.
( A cooperação dos amigos espirituais é muito importante, ela não se refere unicamente ao médium que vai escrever, são vários os espíritos que concorrem para aquela tarefa. O médium deve ter preparação, oferecer base segura para o bom desempenho da tarefa, pois sem essa base a tarefa não se realiza.).
Prossegue Alexandre o instrutor:
-Todo centro glandular é uma potência elétrica. No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens.
( É como se ela a epífise fosse a sede da mediunidade no organismo físico do homem e ao mesmo tempo, como se ela fosse o intérprete das energias provenientes do plano espiritual, é através dessa glândula da epífise que a mediunidade se potencializa na sua máxima expressão).
Diz André Luiz:
-A glândula pineal do intermediário expedia luminosidade cada vez mais intensa.

O Orientador prossegue explicando a André Luiz:
-A operação da mensagem não é nada simples, embora os trabalhadores encarnados não tenham consciência de seu mecanismo intrínseco, assim como as crianças, em se fartando no ambiente doméstico, não conhecem o custo da vida ao sacrifício dos pais. Muito antes da reunião que se efetua, o servidor já foi objeto de nossa atenção especial, para que os pensamentos grosseiros não lhe pesem no campo íntimo.
( Aqui fica bem claro, a necessidade de arejarmos os nossos pensamentos, de escolhermos, as melhores opções em termos de diversão, de estudo, de concentração, de leitura antes da reunião espiritual).
Continuando:
-Foi convenientemente ambientado e, ao sentar-se aqui, foi assistido por vários operadores de nosso plano.
( Antes da psicografia, além da assistência feita em seu lar, o médium é assistido por vários operadores espirituais)
Prossegue Alexandre:
- Antes de tudo, as células nervosas receberam novo coeficiente magnético, para que não haja perdas lamentáveis do tigróide (corpúsculos de Nissel), necessário aos processos da inteligência. O sistema nervoso simpático, mormente o campo autônomo do coração, recebeu auxílios enérgicos e o sistema nervoso central foi convenientemente atendido, para que não se comprometa a saúde do trabalhador de boa vontade.
( percebe-se aí o cuidado dos médicos do além, para que o médium e sua mente não sejam afetados, pois é através da inteligência que a mensagem vai ter a sua base. Não só com a tarefa em si, os amigos espirituais, se preocupam com o psicógrafo, para que ele não seja afetado). O vago ( Um dos nervos principal do cérebro) foi defendido por nossa influenciação contra qualquer choque das vísceras. As glândulas supra-renais receberam acréscimo de energia, para que se verifique acelerada produção de adrenalina, de que precisamos para atender ao dispêndio eventual das reservas nervosas. ( Há um apoio total espiritual, para que a tarefa se realize, sem prejuízos para o psicógrafo, os médiuns não tem, muitas vezes, a idéia de tudo que acontece e de todo o trabalhos que ocorre para a feitura da tarefa. Por isso devemos ser vigilantes, para que todo esse trabalho não venha a ser em vão. Para isso há a necessidade de observância em suas tarefas antes do momento do trabalho que será realizada há necessidade de disciplina.)
Comenta André Luiz, sobre o médium em questão no livro:
-Nesse instante, vi que o médium parecia quase desencarnado.
Suas expressões grosseiras, de carne, haviam desaparecido ao meu olhar, tamanha a intensidade da luz que o cercava, oriunda de seus centros perispirituais. ( Isso porque a ligação era tamanha e a sintonia muito grande).
Um espírito fica incumbido da tarefa da psicografia, este toma a mão do médium é começa sua tarefa. No livro em questão o nome do espírito que está designado para essa tarefa é Calixto. ( Segue as instruções)

- Calixto – falou Alexandre, em tom grave – Temos seis amigos para o intercâmbio; todavia, as possibilidades são reduzidas.
Escreverá apenas você. Tome seu lugar. Recorde sua missão consoladora e nada de particularismos pessoais. A oportunidade é limitadíssima e devemos considerar o interesse de todos.
( Isso mostra que a disciplina também se impões aos espíritos comunicantes).

- Calixto postou-se ao lado do médium, que o recebeu com evidente sinal de alegria. Enlaçou-o com o braço esquerdo e, alçando a mão até ao cérebro do rapaz, tocava-lhe o centro da memória com a ponta dos dedos, como a recolher o material de lembranças do companheiro.
( Temos aí explicitado o modo operante da psicografia. O Calixto já era o espírito preparado para escrever, ele já tinha o conhecimento do processo e quando ele se enlaça ao médium ele vai tocar o centro da memória do médium, não a mão, mostrando que o médium tem co-participação e com isso obrigação de estar preparado culturalmente, espiritualmente, se preparar no conhecimento e no domínio da língua, estudando o Português, para que ele, médium tenha mais condições e recursos a oferecer ao espírito comunicante).
Continuou André Luiz:
- vi que a luz mental do comunicante se misturava às irradiações do trabalhador encarnado. ( Fenômeno mediúnico onde as duas personalidades se conjugam). A zona motora do médium adquiriu outra cor e outra luminosidade.
Alexandre aproximou-se da dupla em serviço e colocou a destra sobre o lobo frontal do colaborador humano, como a controlar as fibras inibidoras, evitando, quanto possível, as interferências do aparelho mediúnico.
( O Médium, tem ajuda antes de chegar ao centro, depois quando chega ao centro, durante o processo, é uma tarefa complexa. Se não fosse André Luiz escrevendo através do Chico Xavier, nós não saberíamos de tudo isso. Por isso agora que você médium tomou conhecimento de tudo isso, sua responsabilidade aumenta ainda mais, tendo que tomar os devidos cuidados para que seja facilitado o processo de comunicação).
Continuando:
- Calixto mostrava enorme alegria no semblante feliz de servo que se regozija com as bênçãos do trabalho e, dando sinais de profunda gratidão ao Senhor, começou a escrever, apossando-se do braço do companheiro e iniciando o serviço com as belas palavras:

– A paz de Jesus seja convosco! 


Mecanismo da Psicografia ( Primeiro Forum da Mediunidade)
Palestra ministrada pelo Geraldo Lemos Neto -Belo Horizonte - MG)
 

sábado, 28 de abril de 2012

Devemos dar a outra face?




Os preconceitos do mundo, produzem no ser humano uma suscetibilidade que podemos muitas vezes chamar de sombria. Uma delas é o chamado “ponto de honra”.
Esse sentimento, surge nascido do orgulho e da exaltação da personalidade, fazendo com que o homem retribua uma injuria com outra injuria, uma ofensa com outra ofensa, o que é tido como justiça por aqueles cujo censo moral encontra-se ainda no mesmo nível das paixões terrenas. Uma prova, são as leis mosaicas que prescreviam: olho por olho, dente por dente. Tudo em harmonia com o tempo em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: - “ Retribui o mal com o bem, se alguém lhe bater em uma face, apresenta-lhe a outra”.
Para quem é orgulhoso, isso pode parecer covardia, já que ele não entende que existe mais coragem em suportar o insulto do que tomar uma vingança; e não compreende porque sua visão não vai além do presente.
Devemos, no entanto, tomar ao pé da letra essa lei?
E quanto ao outro, que manda arrancar o olho quando for causa de escândalo?
Se levássemos ao pé da letra tais ensinamentos, nós estaríamos condenando toda repressão e abrido caminho aos maus. Eles estariam isentos de qualquer temor se não houvesse um freio para eles. O próprio instinto de conservação, uma lei da natureza, impede alguém de oferecer o pescoço ao assassino.
Temos que entender o que Jesus queria condenar. Ele não queria que não nos defendêssemos, mas sim, evitássemos a vingança. Que não devemos pagar o mal com o mal, que o homem deve aceitar com humildade tudo que seja bom para abater-lhe o orgulho, que melhor ser ofendido do que ofender, que o duelo não passa de uma manifestação do orgulho.
Somente acreditando na justiça de Deus, que não deixa impune o mal, pode o homem suportar os golpes que sofre nos interesses e no amor próprio.
Quanto mais elevado o nosso pensamento, acima da vida material, tanto menos seremos magoados pelas coisas da terra.
Obs. Da mesma forma que as passagens bíblicas falam de acordo com o entendimento da época, devemos observar que os escritos de Kardec, também se dirigem à época anterior a nossa, dizendo assim, tudo o que nesse tempo poderia ser entendido.
Hoje, podemos observar que a mensagem principal é:
A vingança, a retribuição do mal, só nos faz vibrar de modo negativo, atraindo para perto espíritos que precisam e se nutrem por tais sentimentos obscuros. No final das contas, acabamos recebendo toda a carga negativa que o agressor pretendeu, dando a este o prazer de nos ter magoado.
Não podemos esquecer de proteger nosso espírito, esse sim, merecedor de todos os cuidados possíveis. Nosso verdadeiro EU.

Evangelho Segundo O Espiritismo
Allan Kardec -  Adaptação de Eduardo Imbuzeiro da Fonseca.

domingo, 22 de abril de 2012

Médium



Médium é toda pessoa que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um privilégio exclusivo. Por isso, raras são as pessoas que não possuam um pouco dessa faculdade. Pode-se dizer que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa qualificação só se aplica àqueles em quem a faculdade se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela da mesma maneira em todos os sensitivos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, de modo que há tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são:
Médiuns de efeitos físicos;
Médiuns sensitivos ou impressionáveis;
Médiuns Audientes;
Médiuns falantes;
Médiuns videntes;
Médiuns sonambúlicos;
Médiuns curadores;
Médiuns pneumatógrafos;
Médiuns escreventes ou psicógrafos.
Ver mais no Livro dos Médiuns
Capítulo XIV – Médiuns. Allan Kardec.
  

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pequenos detalhes




Um dia haveremos de entender, meu filho, que cada detalhe de nossa existência está preenchido de tal intensidade espiritual e de tamanha espiritualidade que não conseguiremos mensurar. Tudo é espiritualidade no mundo. Nosso aprendizado em busca da felicidade inclui a descoberta da espiritualidade nas pequenas coisas que realizamos e experimentamos.
Quando meus filhos acordarem para essa realidade intrínseca à própria vida, quem sabe não estarão aptos a vivenciar mais amplamente aquilo que denominam felicidade? Os detalhes de cada situação, de cada ocorrência, de cada gesto são o universo em si, prisioneiro nos segundos que vivemos. Se não vivermos as pequenas coisas e se não as rechearmos de amor, carinho e contentamento em vão buscarão os grandes feitos e os picos de satisfação, que hipnotizam as massas. Caso não vivamos cada uma das situações do cotidiano como se fossem as mais importantes para nós, não aprenderemos a nos livrar, de maneira elegante, daquelas situações que tachamos de aflitivas.
Precisamos entender, meu filho, que absolutamente nada ocorre em nossas vidas sem que Deus Nosso Senhor saiba o administre a situação com vistas ao nosso eterno bem. Tendo por base essa constatação, aproveitemos o orvalho, o pólen, a gota de chuva, a lágrima ou o aroma que quase passa despercebido de nossos sentidos. Apreciemos o detalhe, o charme e a elegância de cada passo. Deus está nisso também.

Retirado do Livro: Pai João
Pelo espírito de: Pai João de Aruanda