sábado, 18 de setembro de 2010

Suicídio

 
Sempre quando lemos ou ouvimos uma notícia que alguém cometeu suicídio, nos surpreendemos e nos questionamos: -“o que leva uma pessoa a cometer tal ato?” Aí, começamos a procurar explicações para entender como alguém pode abdicar desse bem tão precioso, a vida?
 No livro o “O que é Espiritismo” Allan Kardec, no capítulo: “Loucura suicídio e Obsessão”, diz que: O Espiritismo quando bem compreendido constitui uma proteção contra a loucura e o suicídio. O verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista diferente. As tribulações, as desgraças, os afetos não correspondidos, que para muitos são motivos freqüentes para o suicídio, esses desgostos, são provas que contribuem para seu adiantamento e se os suportar com resignação, servirá como um passo a mais em sua evolução espiritual. Assim, essa “resignação” o protege, o preserva do desespero e, conseqüentemente, do suicídio e da loucura. Outro ponto que segundo Kardec, ajuda aos Espíritas, são as mensagens recebidas de Espíritos que cometeram tal ato. Nestas, os relatos desses irmãos contanto todo o sofrimento após o suicídio abre os olhos dos que acreditam no Espiritismo.
Leia o artigo abaixo e aprenda um pouco mais sobre esse ato de desespero, em que muitos de nossos irmãos se deixaram levar.   
  • O suicídio, como ninguém mais ignora, constitui para o Espírito, um estado complexo de semiloucura, situação crítica e lamentável de descontrole mental, sendo necessários estudos e exames especiais dentro da própria Revelação Espírita. Entretanto, existem nele certos traços gerais, que convêm serem examinados ainda uma vez:



  • Os suicídios que tiveram por causa a obsessão de um Espírito perverso, sobre o encarnado, apresentam certa parcela de atenuantes para a vítima e agravantes para o algoz.

Existem suicidas que se viram sugestionados a cometerem o ato terrível, através do sono de cada noite, por uma pressão obsessora do seu desafeto espiritual, desafeto que poderá ser também um espírito encarnado, e à qual não foi possível fugir, como o paciente que, recebendo do seu magnetizador uma ordem, durante o transe sonambúlico, cumpre essa ordem exatamente dentro do prazo determinado por este, mesmo quando se passaram já muitos meses depois da experiência.
Outros existem que não querem absolutamente morrer, não desejam o suicídio; que relutam mesmo contra a idéia que os atormenta e se horrorizam ao compreender que algo desconhecido os arrasta para o abismo, abismo esse que temem e ante o qual se apavoram. Apesar disso, sucumbem, precipitam-se nele, uma vez que, deseducados da luz das verdades eternas, desconhecedores do verdadeiro móvel (motivo) da vida humana, como da natureza espiritual do homem, não tiveram forças nem elementos para se libertarem do jugo mental terrível e malfazejo, cujo acesso permitiu.
Eles vêem junto a si antes de efetivado o ato, com impressionante segurança, como se estivessem materializados diante dos seus olhos corporais, os quadros mentais que o obsessor fornece através da telepatia ou da sugestão: — um receptáculo de veneno ou substância corrosiva; um revólver engatilhado, que misteriosa mão sustenta, oferecendo-lho; uma queda de grande altura, onde eles próprios se vêem despencando; um veículo em movimento, sob o qual  deverá se jogar etc.
Sofrem assim, por vezes, durante meses consecutivos, sem ânimo para confidenciarem com amigos, uma agonia moral extenuante e arrasadora, uma angústia deprimente e inconsolável, que lhes agravam os males que já os deixavam infelizes, angústia que nenhuma palavra humana será eficiente boa para traduzir.
Notemos, todavia, que tratamos tão somente da obsessão simples, ou seja, daquela que é ignorada por todos, até mesmo pelo obsidiado, da que se não revela ostensivamente, objetivando alteração das faculdades mentais, mas que, sutilmente, ocultamente, através de sugestões lentas, sistemáticas, solapa as forças morais da vítima, tornando-a, por assim dizer, incapaz de reações salvadoras.
Pouco a pouco, sob tão doentia pressão magnética, uma tristeza suprema e avassalador desânimo comprometem as energias do assediado. Aterrador alarme desorienta-o, todos os fatos da vida, mesmo os mais vulgares, se lhe apresentam ao raciocínio contaminado pela infiltração obsessora, dramáticos, maus, irremediáveis! Ele se esquece  de tudo, até mesmo do seu Criador, ao qual, em verdade, jamais considerou, mas em cujo amor encontraria proteção e forças para resistir à tentação. E somente se preocupa com o meio pelo qual se furtará aos males que o afligem. Então sucumbe sem apelação, curva-se à vontade que conseguiu dominar a sua vontade, servindo-se da sua fraqueza de homem despreocupado das razões da Vida e ignorante de si mesmo, que da existência só conheceu muitas vezes, a face meramente animal.
Daí se concluirá, então, da necessidade de os homens procurarem conhecer a si mesmos, isto é, que possuem nos recessos da personalidade um sexto - sentido, um dom natural capaz de permitir tais desastres, se ignorar a si próprio e preferirem viver alheios às causas sérias e elevadas, que lhes permitiriam a harmonização com estados psíquicos superiores, que lhe  livraria de tudo isso, uma vez que para ser obsidiado este possuí os dons mediúnicos, tal como toda a Humanidade os possui.

Ora, o suicídio, assim efetuado, transformou-se antes num assassínato gravíssimo, contornado de agravantes, cometido pelo obsessor, que responderá pela crueldade exercida, perante a justiça de Deus
Quanto ao obsidiado, sua responsabilidade certamente foi profunda, em razão de haver permitido acesso às influências inferiores, por se conservar igualmente inferior, não desejando o próprio progresso com a renovação dos próprios valores morais à procura do ser espiritual e divino existente em si, não tentando reações de ordem moral e mental para dignamente se equilibrar nos deveres impostos pela existência.
Responderá, portanto, pela fraqueza e a descrença que testemunhou, enfrentando, após o suicídio, momentos críticos, decepcionantes, da vida do Além, e retornando à Terra para, em existência nova, terminar a que fora interrompida pela fragilidade demonstrada ao entregar-se às mãos do algoz, sem tentar defender-se com as devidas diligências, ou reações.

Adolfo Bezerra de Menezes
No livro: ‘Dramas da Obsessão’ – Psicografia de: Yvone do Amaral Pereira
Também há uma gama muito variada de “Suicidas Inconscientes”, que são aqueles que não respeitam seus limites, aqueles que desrespeitam e agridem sua saúde, dentre outras coisas, com os excessos do fumo, da comida, do álcool e dos tóxicos em geral.


  • Kardec, nas questões de 943 a 957 de “O Livro dos Espíritos” em consulta aos Espíritos Venerados sobre o suicídio, nos dá uma primeira visão sobre a importância deste assunto.


Quando por desgosto da vida, o desespero se dá, quando as pessoas não acreditam mais no futuro e se vêem cansadas de lutar contra as dificuldades, resolvendo dar fim aos seus sofrimentos terrenos, as coisas não acontecem rapidamente; a pessoa vem nutrindo seus pensamentos com inseguranças, raiva, rejeição e com o tempo vai se sentindo desgraçada, sem sorte e, outros sentimentos que acabam baixando sua auto-estima e sua vibração espiritual, permitem assim a aproximação de Espíritos inimigos e aproveitadores, que a estimulam, bombardeando seus pensamentos com sugestões maldosas. No entanto, se elas tivessem certeza da eternidade da alma e que, com a morte ela não se livra dos problemas, pelo contrário, acaba ganhando mais um, não cometeria tal ato. Assim, temos que manter saudáveis nossos pensamentos, para não permitir-mos que a tristeza e a infelicidade abram essa porta.

Temos a tendência de achar que tudo está perdido e que não conseguiremos sair do redemoinho de problemas. Alguns acabam mergulhando no vício, o que o torna ainda mais vulnerável as más influências.

Não há nada nessa vida que não termine, por mais penosos que pareçam os seus sofrimentos, sempre haverá uma saída. Basta coragem para lutar, pois se estamos passando por amarguras é por que certamente temos força para enfrentá-las. (Leia o suicídio e a loucura. O Evangelho Segundo Espiritismo).

Segundo “O Livro dos Espíritos de Kardec”. Os efeitos do suicídio não são idênticos, os laços que unem o Espírito ao corpo se prolongam em alguns suicidas, sentindo este os efeitos da decomposição do corpo e toda a angustia e horrores desse momento. Esse  estado pode durar pelo tempo em que teria a pessoa ainda de vida. Mas de uma forma ou de outra terá o Espírito que expiar sua falta, tendo que reencarnar para novas provas e tentar com resignação superar.

As religiões e as leis dos homens condenam o suicídio. Ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida.

 Escrito por: Ana Maria Corrêa

Em “Nosso Lar” André Luiz nos relata sua própria história como tendo sido um Suicida Inconsciente, revelação essa que na época o deixou perplexo, até porque, segundo sua ótica, ele nuca havia atentado contra sua vida.
Em “Memórias De Um Suicida” de Yvone Pereira, numa leitura extremamente elucidativa, a Espiritualidade descreve fatos e situações complexas vividas pelos suicidas, ainda nos informa sobre aparelhamentos incríveis existentes no mundo astral de que se serve a Espiritualidade a serviço do amor e da misericórdia de Deus, do qual destacamos um trecho: "... o próprio traumatismo que este tipo de desencarne acarreta, leva-o a lugares afins, que corresponderão a seu estado vibratório e mental, até que seja naturalmente 'desanimalizado’, isto é, que se desfaça dos fluidos vitais de que são impregnados todos os corpos matérias. Embora temporária essa estadia no Umbral seja dolorosa e complexa, variando de acordo com os atos praticados, o gênero de morte a que se entregou. Alguns aí ficam por poucas horas, outros levarão meses ou anos, voltando à reencarnação sem a Espiritualidade.
Normalmente aí se demorarão o tempo que lhes restava para viver, pois trazem carregamentos avantajados de forças vitais animalizadas e uma desorganização mental nervosa e vibratória complexas. Daí seu grande sofrimento, para o qual o único alívio é a prece das almas caridosas!”
Temos aí registrada mais uma vez a importância da prece em favor dos suicidas, único bálsamo a lhes amenizar os tormentos, dada a grande conclusão, dificuldade e sofrimento em que se debatem, visto terem - os suicidas ditos ‘conscientes’- buscados na “morte” o alívio para a fuga de seus tormentos, o que resulta num ledo engano, de vez que, como vimos, quando encarnamos nos é dada uma cota de energia vital suficiente para abastecer o tempo de nossa caminhada, e se, como é o caso do suicida, essa carga de energia é interrompida pelo ato desesperado, obviamente ela terá que ser desgastadas, “do outro lado da vida”, de uma forma dolorosa, até que se desfaçam as pesadas cadeias que atrelam o Espírito ao corpo. Nossa encarnação é fruto e resultado de uma longa elaboração no mundo espiritual e não nos cabe o direito de atentar contra ela.
Toda encarnação, por penosa que seja, é uma benção concedida por Deus a nosso beneficio, a beneficio de nossos resgates, aprendizados e evolução a que somos destinados. E por isto não devemos perder a chance que nos foi concedida mais uma vez, mas aproveitá-la, utilizando-nos dos ensinamentos que Jesus nos deixou para que aprendêssemos a nos amar, respeitando nossas vidas, nossos limites e oportunidades, para então podermos amar a nosso próximo como a nós mesmos.

"Para os problemas busquemos as soluções... para as incertezas... as dádivas de Deus".


Doracy Mota

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Nosso Lar – André Luiz
O Vale dos Suicidas – Yvone Pereira

2 comentários:

maN bOwerline disse...

às vezes eu tenho uns surtos de depressão causados pelo TOC.Estou lendo.Boa noite!

Espiritualidade disse...

Obrigada pela visita.
Espero que goste!!!