Bastante simbólico e de grande reflexão nos traz que as duas
principais passagens do Evangelho sejam pautadas na celebração da vida.
Na primeira, um homem, em sua verdade, enfrenta a fúria e
hediondez de muitos. Recebe as inglórias, o castigo, a ironia o fel. Até que a
vida se mostre, através da libertação dos apelos mundanos.
Em outro momento, a vida se denota de esperança, apesar das
forças contrárias, do exército perseguidor e assassino de um rei, ela
estabelece-se, nem que para isso seja necessário que se envie uma estrela-guia.
Em lugar de m estabelecimento, uma gruta, na falta de um berço, se deu uma
manjedoura.
Nesse instante, em que o ano chega a seu termo, é necessário
o recenseamento de nossas ações.
Antes de adentrarmos às necessárias reflexões e meditações,
importante esclarecermos que um ano se trata de uma concessão. Concessão, esta,
a qual se reveste em 365 oportunidades, casa uma com 24 momentos bem marcados,
e cada um desses momentos é preenchido por invitáveis (convidativos) 60
instantes
Portanto, aqueles que tiveram as bênçãos da concessão em
forma de dezenas de anos, não acuse a ninguém não ter conseguido conduzir o
tempo na elevação e ações no bem. Hoje é tão mais acessível a comunicação e
informação, o primeiro passo para a paz com o próximo é também o que adentra a
paz íntima.
A reflexão proposta deve permear o terreno do passado, nos
trazendo o entendimento para que novas ações sejam calcificadas.
Apenas aquele que se ama verdadeiramente consegue, consegue,
honestamente, adentrar aos segredos do íntimo, apenas o amor a si permite a
análise sincera do sentimento a delinear-se silhueta do próprio caráter, do
próprio ser. Difícil tarefa, porém, necessária.
Qual teria sido a respectiva ação perante o familiar
revolto? O insulto foi absorvido e tolerado? Ou ainda teimamos no “Olho por Olho”?
Temos sido o ouvido fraternal ou o muro de concreto que tudo rebate? Temos
utilizado o tempo na dedicação dos nossos ou própria? Se temos laços, temos,
portanto, obrigações do passado.
O fato de termos as oportunidades da Seara do Cristo, não
nos liberta ou exime de tais compromissos, pelo contrário, dá-nos ainda maiores
responsabilidades
Somos exemplos, dentro de nossas limitações, de bondade e
tolerância, parcimônia e correção na sociedade? Certamente, conseguimos
discernir o certo do errado. Ainda enviamos mensagens coletivas denegrindo
determinado grupo social ou político?
Antigo alerta nos lembra que a boca fala do que o coração
está cheio, isto inclui a redes sociais. Sois espíritas e trabalhadores do
Cristo 24 X 7, à frente ou não do computador.
Sejamos veículos da paz, da tolerância e da correção.
Revolta e ansiedade devem ser tratadas.
Reflexão completa, urge determinarmos novas ações, meditar
na estratégia da alma para as próximas concessões.
Por vezes, dentro do lar, enfrentaremos as chibatas da
ofensa e acusações, um exército de perseguidores. Saibamos compreender que são
cobradores e não inimigos, merecem a necessitam perceber que são amados. A
eles, ofereçamos a outra face, o amor, como
teimosia da água, encontrará o caminho do coração e da transformação de
cada um desses irmãos, através do tempo. Tenhamos paciência, mantendo a paz
interior diante da cobrança. Se amamos o Cristo, devemos apascentar lhe (levar
ao pasto) as ovelhas.
Não permitamos que vicissitudes nos perturbem o espírito,
sempre haverá o apressado, a falsa solução fácil, o dissonante de ideias, os
imprevistos etc. São todas vicissitudes, e deverás atravessá-las sem reclamar,
a reclamação não harmoniza, assim como as ofensas e ironias não corrigem.
Acusação e ansiedade nunca convém ao coração que deseja
burilar-se. A paz deve habitar em vós. O amor pauta tudo.
Eis o caminho do Gólgota,(calvário, nome dado a colina onde Jesus foi crucificado) a
porta estreita, o campo a ceifar. Não desanimemos, virão as adversidades, a
coroa de espinhos. Utilizem a estrela guia mensagem Cristã, na proteção divina
da fé e da perseverança.
Ânimo e paz. Assim se celebrará a vida em vós, no decorrer
dos tempos, na forma de libertação, após os sofrimentos ou ainda nas jornadas
da esperança, da vida em renascimento do Cristo em nós.
Jornal Correio
Espírita
Pedro Valati – de Indaiatuba/SP
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