domingo, 24 de novembro de 2013

Dissertação de um espírito sobre a influência moral do médium




230- A seguinte instrução sobre o assunto nos foi dada por um Espírito de quem temos inserido muitas comunicações:

Como já dissemos, os médiuns exercem influência meramente secundária nas comunicações dos Espíritos, se levarmos em conta somente a faculdade mediúnica em si mesma. O papel deles é o de uma máquina elétrica que transmite telegrama entre dois pontos afastados da Terra. Assim. Quando queremos ditar uma comunicação, agimos sobre o médium como o telegrafista age sobre o aparelho, isto é, do mesmo modo que o tique-taque do telégrafo vai traçando, a milhares de léguas sobre uma tira de papel, os sinais reprodutores do telegrama, nós também transmitimos, por meio de aparelho mediúnico, através das distâncias incomensuráveis que separam o mundo visível do mundo invisível, o mundo material do mundo carnal, aquilo que queremos vos ensinar. Mas, assim como as influências atmosféricas perturbam, não raras vezes as transmissões do telégrafo elétrico, também a influência moral do médium pode perturbar a transmissão das nossas mensagens de além-túmulo, já que somos obrigados a fazê-las passar por um meio que lhes é contrário. Entretanto, na maioria das vezes essa influência é anulada pela nossa energia e pela nossa vontade, de modo que nenhum ato perturbador se manifesta. Com efeito, ditados de elevado alcance filosófico e comunicações de perfeita moralidade são transmitidos algumas vezes por médiuns pouco apropriados a esses ensinos superiores. Em contrapartida, comunicações pouco edificantes chegam algumas vezes por médiuns que se envergonham de lhes haverem servido de condutores.

De modo geral, pode-se afirmar que os Espíritos atraem Espíritos que lhes são similares, e que raramente os Espíritos elevados se comunicam por aparelhos maus condutores, quando têm à mão bons aparelhos mediúnicos, isto é, quando dispõem de bons medianeiros.

“ Os médiuns levianos e pouco sérios atraem, pois, Espíritos da mesma natureza. É por isso que suas comunicações se mostram cheias de banalidades, frivolidades, ideias truncadas e, não raro, puco ortodoxas, espiriticamente falando. Certamente eles podem dizer, às vezes dizem, coisas aproveitáveis; mas, é principalmente nesse caso que se deve submetê-los a um exame severo e escrupuloso, porque, no meio de coisas aproveitáveis, alguns Espíritos hipócritas insinuam, com habilidade e calculada perfídia, fatos de pura invenção, asserções mentirosas, a fim de iludir a boa fé dos que lhes dispensam atenção. Deve-se então eliminar sem piedade toda palavra, toda frase equívoca e só conservar do ditado o que a lógica possa aceitar, ou o que a Doutrina já ensinou. As comunicações desta natureza só são de temer para os espíritas que trabalham isolados, para os grupos novos ou pouco esclarecidos, visto que, nas reuniões onde os adeptos estão mais adiantados e já adquiriram experiência, a gralha perde o seu tempo a se adornar com as penas do pavão; acaba, sempre desmascarada.

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Na dúvida, abstêm-te, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja para vós de inegável evidência. Quando aparecer uma ideias nova, por menos duvidosa que vos pareça, fazei-a passar pelo crivo da razão e da lógica e rejeitai corajosamente o que a razão e o bom senso reprovarem. É melhor repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. Efetivamente, sobre essa teoria podereis edificar um sistema completo, que desabaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento edificado sobre areia movediça, ao passo que, se rejeitardes hoje algumas verdades, porque não vos são demostradas clara e logicamente, mais tarde um fato brutal ou uma demostração irrefutável virá vos afirmar a sua autenticidade.

“ Lembai-vos no entanto, ó espíritas! De que nada é impossível para Deus e para os Espíritos bons, a não ser a injustiça e a iniquidade.
Leia o texto na íntegra em o “ Livro Dos Médiuns” Capítulo XX – Influência Moral Do Médium

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