sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Família




O Papel da família é estreitar os laços sociais, o que é feito por meio da reencarnação, que vem a ser o filtro pelo qual os Espíritos se aprimoram, progridem, de modo que, gradualmente, a sociedade vai se depurando, pois os elo
s consangüíneos, além de solidificarem os laços de afeto entre os que se amam, permitem o reencontro e a conseqüente reconciliação de velhos inimigos de outras vidas, de modo que assim se cumpre a lei de amor, num aprendizado permanente.

Devido à categoria espiritual inferior do nosso globo, a maioria das ligações sentimentais entre os casais é de ordem expiatória, em face de compromissos negativos assumidos em outras encarnações. Esse o motivo de tantos desentendimentos entre os casais, cuja união se destina a proporcionar oportunidade de reeducação para os antigos desafetos.

O adversário de ontem, muitas vezes, renasce como um filho querido, agora embalado no colo do antigo desafeto, sob as misteriosas vibrações da maternidade e da paternidade, palco no qual os homens aprendem a amar-se e a compreender-se.

Muitas pessoas confundem casa com lar. A casa é a edificação material: o alicerce, as paredes, o telhado, etc. Já o lar é a edificação espiritual, a reunião de pessoas, com finalidades evolutivas, simbolizadas pela renúncia, dedicação, silêncio, zelo, perdão, trabalho, respeito mútuo.

Portanto, reflitamos sobre os nossos deveres em relação à família, e verifiquemos se não estamos nos omitindo.

Retirado do Livro: Espiritismo passo a passo com Kardec
Christiano Torchi. FEB

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Histórias de Chico Xavier - "Vá com Deus"




Eram oito horas da manhã de um sábado de maio. Chico levantara-se apressado. Dormira demais. Trabalhara muito na véspera, psicografando uma obra erudita de Emmanuel.
Não esperara a charrete. Fora mesmo a pé para o escritório da Fazenda.
Não andava, voava, tão velozmente caminhava.
Ao passar defronte à casa de D. Alice, esta o chama:
- Chico, estou esperando-o desde as seis horas. Desejo-lhe uma explicação.
- Estou muito atrasado, D. Alice. Logo na hora do almoço lhe atenderei.
D. Alice fica triste e olha o irmão, que retomara os passos ligeiros a caminho do serviço.
Um pouco adiante, Emmanuel lhe diz:
- Volte, Chico, atende à irmã Alice. Gastará apenas cinco minutos, que não irão prejudica-lo.
Chico volta e atende.
- Sabia que você voltava, conheço seu coração.
E pede-lhe explicação como tomar determinado remédio homeopático que o caroável Dr. Bezerra de Menezes lhe receitara, por intermédio do abnegado Médium.
Atendida, toda se alegra. E despedindo-se:
- Obrigada, Chico. Deus lhe pague! Vá com Deus!
Chico parte apressado. Quer recobrar os minutos perdidos.
Quando andara uns cem metros, Emmanuel, sempre amoroso, lhe pede:
- Pare um pouco e olhe para trás e veja o que está saindo dos lábios de D.
Alice e caminhando para você.
Chico para e olha: uma massa branca de fluídos luminosos sai da boca da irmã atendida e encaminha-se para ele e entra-lhe no corpo...
- Viu, Chico, o resultado que obtemos quando somos serviçais, quando
possibilitamos a alegria cristã aos nossos irmãos?
E concluiu:
- Imagine se, ao invés de VÁ COM DEUS, dissesse, magoada, "vá com o
diabo". Dos seus lábios estariam saindo coisas diferentes, como cinzas, ciscos, algo pior...
E Chico, andando agora naturalmente, sem receio de perder o dia, sorri satisfeito com a lição recebida. Entendendo em tudo e por tudo o SERVIÇO DO SENHOR, refletindo nos menores gestos, com os nomes de Gentileza, Tolerância, Afabilidade, Doçura, Amor.

Extraído do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" de RamiroRaquel Gama.

domingo, 21 de outubro de 2012

Aborto




A Doutrina Espírita admite o aborto apenas em uma situação: na hipótese de a gravidez representar perigo para a vida da gestante. No caso do estupro, deve ser preservado o direito do inocente que está para nascer. Se a mãe não desejar o fruto daquele relacionamento espúrio (ilegítimo), que dê a luz à criança e depois a entregue para adoção, se conseguir. Não é raro acontecer que a mãe termine apegando-se amorosamente à criança, a princípio rejeitada, que geralmente se transforma em arrimo (suporte) material e moral da mãe nos dias de sua velhice. Geralmente o estupro, sendo resultante da lei de causa e efeito, representa uma expiação para a mãe e para os familiares, que terão uma grande oportunidade de superar, juntos, as dificuldades e os sofrimentos. O aborto é um ato de covardia, um assassinato praticado contra uma criatura indefesa. Pior que isso, é um crime contra a Natureza, uma vez que o direito de nascer é de Procedência Divina. Não cabe a criatura alguma a faculdade de obstar esse direito, extinguindo a vida de um ser em formação. A vida é um bem indisponível, da qual somos meros usufrutuários.
A União do Espírito ao corpo inicia-se no momento da fecundação, mas só se completa por ocasião do nascimento. Portanto, desde o início da gestação, já há um Espírito ligado ao ovo.
A vida humana é um processo e não uma estação, que se inicia no momento da concepção e que se estende por demais fases: zigoto, mórula, blástula, pré-embrião, embrião, feto, bebê, criança, jovem, adulto e idoso. Interrompê-la em quaisquer dessas fases representa um sério atentado contra a vida. Este não é um argumento religioso; é um argumento científico!
O abortamento significa a expulsão do Espírito de forma violenta, portanto um crime, pelo qual respondem os que praticam a decisão de efetivá-lo e os que executam.
O Velho Testamento, o mandamento da lei moral ainda em vigor preconiza o “não matarás”. Com que direito então vamos condenar um inocente, que tem o mesmo direito à vida que nós encarnados?
O aborto frustra o trabalho de verdadeiras equipes espirituais que se coordenam no esforço abnegado para o êxito do processo reencarnatório.
Às vezes a criança que se pretende abortar pode ser um Espírito adiantado, cujo planejamento reencarnatório prevê o cumprimento de tarefas missionárias na Terra, como já aconteceu tantas vezes, ao que se observa das narrativas históricas, e, se não fossem as heróicas mães, que tiveram a coragem de afrontar determinadas circunstâncias desfavoráveis ao nascimento de seus rebentos, o mundo não teria se beneficiado das contribuições inestimáveis ao seu progresso intelectual e moral, trazidas por esses benfeitores da Humanidade. Independente da missão a ser desenvolvida, uma vez que todo Espírito tem uma tarefa a cumprir na sociedade, por mais simples que seja o aborto deve ser evitado sempre.
Mesmo diante da possibilidade de o filho nascer com deformidades físicas, como, por exemplo, no caso da hidrocefalia (presença anormal de líquido no cérebro) e da anencefalia (ausência do cérebro físico), a Doutrina espírita não recomenda o aborto, que, muitas vezes, é autorizado, inadvertidamente, por magistrados desconhecedores das Leis Naturais em estudo. Não há acaso no processo reencarnatório, pois a Leis Divinas obedecem a um planejamento, tendo em vista a reeducação e a felicidade das criaturas. Nas maiorias das vezes, as deformidades físicas fazem parte do programa expiatório do reencarnatório.
É muito mais sensato enfrentar a gravidez, em qualquer situação, do que praticar um crime dessa natureza. Além da consciência tranquila, os pais receberão a ajuda necessária do Criador para cumprir o seu papel.
Desde que as criaturas se permitem a comunhão sexual, é justo que se submetam ao tributo da responsabilidade do ato livremente praticado.  

Retirado do Livro Espiritismo passo a passo com Kardec
Christiano Torchi
FEB